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0 Quando Éramos Mentirosos + Opinião

  E se alguém lhe perguntar como acabar este livro… MINTA.
  A família Sinclair parece perfeita. Ninguém falha, levanta a voz ou cai no ridículo. Os Sinclair são atléticos, atraentes e felizes. A sua fortuna é antiga. Os seus verões são passados numa ilha privada, onde se reúnem todos os anos sem exceção.
  É sob o encantamento da ilha que Cadence, a mais jovem herdeira da fortuna familiar, comete um erro: apaixona-se desesperadamente. Cadence é brilhante, mas secretamente frágil e atormentada. Gat é determinado, mas abertamente impetuoso e inconveniente. A relação de ambos põe em causa as rígidas normas do clã. E isso simplesmente não pode acontecer.
  Os Sinclair parecem ter tudo. E têm, de facto. Têm segredos. Escondem tragédias. Vivem mentiras. E a maior de todas as mentiras é tão intolerável que não pode ser revelada. Nem mesmo a si.

Autor: Emily Lockhart 
Editor: ASA (Maio, 2014)
Género: Romance
Páginas: 312

Original: We Were Liars (2014) [Goodreads]
    

“Absolutamente inesquecível.” – John Green


opinião
Não vou dizer que não gostei deste livro - gostei - mas vamos pôr as coisas nestes termos: estou no meu 90º livro deste ano e sei que quando chegar ao final do ano e me lançar em nostálgicas reminiscências, 'Quando Éramos Mentirosos' não me vai chegar instintivamente à memória e, ao recordá-lo, será em termos muito crus e objectivos.

Os Sinclair são uma família de falsas aparências. Os divórcios são ignorados e não mais mencionados; os falecimentos são esquecidos no colectivo, mesmo que cada membro da família continue a sofrer a perda; os problemas monetários são sonegados… daí que, quando a neta mais velha, Cadence, herdeira da fortuna e das expectativas da família, sofre um acidente na ilha privada, cujas circunstâncias não consegue recordar, não é de estranhar que os Sinclair optem por meias verdades, dissimulações e sigilo, criando à volta de Cadence uma realidade muito vaporosa.

É nesta atmosfera fina e subtil, que a autora foi habilíssima a construir, entre a recordação e o esquecimento, que acedemos à história de Cadence. O acidente deixou-lhe enxaquecas pós-traumáticas, náuseas, vómitos e uma amnésia que vai sendo atenuada pelo regresso das recordações daquele dia, completando um puzzle cada vez mais misterioso.

Gostei de ver a narrativa ser encaminhada para um final que, embora não tenha sido totalmente inesperado para mim, não deixou de ser interessante. Além disso, o ritmo do livro é óptimo, com capítulos curtos que nos deixam em suspenso e nos compelem a avançar.


Sobre a autora...
E. Lockhart, pseudónimo de Emily Jenkins, foi finalista do National Book Award, bem como do Michael L. Printz Award. Tem um doutoramento em Literatura inglesa e dedica-se sobretudo à literatura juvenil. Vive em Nova Iorque.

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