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0 O Teorema Katherine + Opinião

  Dezanove foram as vezes que Colin se apaixonou. Das dezanove vezes a rapariga chamava-se Katherine. Não Katie ou Kat, Kittie ou Cathy, e especialmente não Catherine, mas KATHERINE. E das dezanove vezes, levou com os pés. Desde que tinha idade suficiente para se sentir atraído por uma rapariga, Colin, ex-menino prodígio, talvez génio matemático, talvez não, doido por anagramas, saiu com dezanove Katherines. E todas o deixaram.
  Então ele decide inventar um teorema que prevê o resultado de qualquer relacionamento amoroso. E evitar, se possível, ter o coração novamente destroçado. Tudo isso no curso de um verão glorioso passado com o seu amigo Hassan a descobrir novos lugares, pessoas estranhas de todas as idades e raparigas especiais que têm a grande vantagem de não se chamarem Katherine.

Autor: John Green
Editor: Edições ASA (Maio, 2014)
Género: Romance/Young Adult
Páginas: 272
Original: An Abundance of Katherines (2006) [Goodreads] [Wook]


   

opinião


My rating: 2 of 5 stars


'O Teorema Katherine' acabou por ser um desapontamento. Parte do problema é que um enredo que parte da exploração de problemas plausíveis da adolescência depressa adquire parcelas pouco credíveis. Além disso: há pouca coisa realmente interessante a acontecer ao longo do livro; as habituais personagens jovens, divertidas, inteligentes e interessantes de John Green, embora presentes em 'O Teorema Katherine', resvalam demasiadas vezes para a piadola despropositada e para comportamentos incompatíveis com a maturidade intelectual que exibem e, a certa altura, deixei de ter paciência para a choraminguice de Colin.

Colin é um miúdo prodígio que gosta de anagramas e, pelos vistos, de Katherines. Quando a 19ª Katherine termina o namoro, Colin, de coração partido, parte em viagem com o seu amigo Hassan e, como o título deixa adivinhar, propõe-se a elaborar um teorema matemático que permita prever o futuro de um relacionamento.

A construção deste teorema serve de base a toda a narrativa portanto quando o autor decide arrematar com a noção de que o futuro é imprevisível (a sério?!) e que o teorema só pode ser aplicado depois da relação ter falhado (muito útil…) é normal que aborreça alguns leitores. Claro que não estava à espera que surgisse com uma equação mágica realmente capaz de prever o futuro de uma relação humana, sujeita a tantos factores de influência, é só que, quando colocamos de lado toda esta suposição matemática que não chegou a lado nenhum, ficamos com um enredo muito, muito fraquinho.

Gosto muito do sentido de humor e inteligência com que John Green narra as suas histórias; gostei das resoluções a que cada um dos jovens chegou, Lindsey querendo ser mais útil para os que o rodeiam, Hassan decidido a deixar de se esconder atrás das suas piadas e passar à acção e Colin finalmente percebendo que, mesmo quando uma pessoa volta, dificilmente irá preencher o vazio que criou quando foi embora; e até estou disposta a interpretar apenas que o desfecho do teorema seja como uma libertação para Colin já que há que colocar as teorias de lado e viver… mas ainda assim, não me consigo entusiasmar em relação a este livro.


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