Destaques

0 Três Vezes Nós | Opinião


Há momentos que mudam tudo.
Quando os seus caminhos se cruzam, em 1958, Eva e Jim são dois jovens estudantes de Cambridge. Jim passeia na rua quando Eva, que se aproxima de bicicleta, dá uma guinada para se desviar de um cão. O que acontece a seguir determinará as suas vidas.

Seguimos três versões diferentes do seu futuro – juntos e separados –, à medida que a sua história de amor segue diferentes percursos e reviravoltas até chegar ao desfecho, em 2014.

Três Vezes Nós é um romance notável sobre as decisões que tomamos e os diferentes caminhos que as nossas vidas podem seguir. E se uma pequena escolha pudesse alterar a sua vida para sempre?


Autor: Laura Barnett  
Editor: Jacarandá Editora (Abril, 2016)
Género: Romance
Páginas: 396
Original: The Versions of Us (2015) 

opinião
★★★✰✰

Termino este livro bastante dividida entre o seu conceito geral - que gostei muito - e o esforço envolvido na leitura do mesmo

São três vidas; três versões diferentes. Depois de se conhecerem, as escolhas de Jim e Eva podem conduzi-los por caminhos distintos e são esses três trilhos que vamos acompanhando ao longo do livro. Juntos, separados ou meros conhecidos, os resultados são diferentes para cada versão de Jim e Eva, levando a famílias diferentes e a progressões e sucessos de carreira bem diferentes, embora na mesma área. 

Três Vezes Nós é um exercício de 'e se...', de possibilidades e alternativas. Pequenas e grandes decisões acabam por moldar as nossas vidas em vários sentidos e facilmente nos podemos deixar apanhar neste jogo de imaginar o que poderia ter sido, que tipo de vida poderia ser vivida e com que pessoas esta poderia ser partilhada. Laura Barnett mostra-nos que, seja qual for o caminho que decidamos percorrer, não há vidas perfeitas; o melhor que podemos fazer é tentar tirar o máximo partido do que conquistamos, o acumular de resultados das nossas escolhas ao longo da vida.

Esta foi a parte que gostei, a parte pela qual daria 4 estrelas ao livro. No entanto, Três Vezes Nós é um trabalho complicado de acompanhar e que exige alguma dedicação, isto porque não é fácil manter presente tudo o que vai acontecendo em cada uma das três vidas e situarmo-nos em cada uma delas em relação a profissões, filhos, netos, divórcios, casamentos, etc. 

Esta dificuldade levava-me a afastar do livro o que, obviamente, só gerava ainda mais confusão e frustração quando voltava a pegar nele. Só depois de construir uma tabela com o registo do que tinha acontecido em cada versão e começar a usá-la como cábula para avançar no livro, completando-a com novas informações, é que comecei a ganhar mais interesse na história. 

Este não é definitivamente um livro que devamos escolher se estivermos apenas à procura de entretenimento leve e descomprometido e se acabamos a gostar ou não dele depende se, para nós, a experiência e originalidade do livro compensa o esforço da leitura. 


Eu gostei da noção que o livro nos deixa e das ponderações a que nos conduz. Considero até que estou a ser injusta uma vez que não vejo outra forma do livro ter sido construído sem comprometer o efeito que produz nem o impacto que as personagens têm, mas quando recordo as partes em que me sentia completamente perdida sem perceber o que já tinha acontecido naquela versão e o prazer que isso roubou à leitura não sinto que estou a ser honesta se passar das 3 estrelas.



"While the book is not as gut-wrenching as David Nicholls’s One Day, it is an unusual and lovely thing to watch an entire romance develop across a novel, not just the fun early bits, or unpleasant midlife startings-over, or male midlife crises disguised as literary novels. Its very scope is a joy, the technical achievement seamlessly done, and the ending – all the endings – suitably affecting, regardless of how winding the route one takes to get there. Your patience will be rewarded in more ways than one." - The Guardian


"So Laura Barnett’s The Versions of Us is in good company, but what makes this debut novel stand out is that it offers not two but three possible narratives. (...) Much of the appeal of the book comes in working out which story matches one’s own: are you a version one, two or three person?" -  The Telegraph




Nenhum comentário:

Postar um comentário