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0 A Filha Desaparecida | Opinião


As horas passam mas Naomi não aparece. A noite avança e Jenny desespera. A filha adolescente já devia ter voltado da escola, onde participou numa peça de teatro. A vida de Jenny, uma médica casada com um neurocirurgião de sucesso, está prestes a mudar.

Um ano depois da noite fatídica, Naomi continua desaparecida. A polícia procurou em vão e os piores cenários (rapto ou homicídio) parecem hipóteses remotas. A busca obsessiva de Jenny, que não desiste da filha, sugere outra explicação: as pessoas em quem confiava e que julgava conhecer têm escondido segredos - sobretudo a própria Naomi.


Autor: Jane Shemilt
Editor: Editorial Presença (Janeiro, 2015)
Género: Romance > Thriller
Páginas: 332
Original: Daughter (2014)  



opinião


★★★✩✩
O início de A Filha Desaparecidacoloca-nos logo no centro da história: o misterioso desaparecimento de Naomi de apenas 15 anos.

Os desenvolvimentos são narrados pela mãe de Naomi, Jenny. Médica, esposa e mãe de três filhos adolescentes, Jenny luta contra a dificuldade de conciliar a vida profissional com a pessoal, acabando por negligenciar ligeiramente ambas.

Por ser na primeira pessoa, a narrativa permite-nos acompanhar o sofrimento e desespero de Jenny bem de perto. Embora o presente se situe um ano após o desaparecimento de Naomi, Jenny recua à época do mesmo, recapitulando todos os pormenores, procurando alguma pista, tentando perceber o que poderia ter feito de diferente, em que é que devia ter reparado...

Gradualmente, Jenny dá-nos a conhecer a sua família, os erros que cada um cometeu, envolvendo-nos cada vez mais na história, interessados não apenas no mistério que rodeia Naomi mas também se haverá recuperação possível para esta família; se os laços que os uniam poderão ser remendados.

Naturalmente, Jenny acaba por se culpar por não ter estado mais atenta ou por não ter intervido quando poderia ter feito alguma diferença. Ao acompanhá-la nas suas reminiscência sobre o passado, percebemos como andava ocupada e preocupada com o emprego, como o desinteresse e falta de apoio por parte do marido acabaram por a sobrecarregar ainda mais.

Jane Shemilt debruça-se sobre a confiança e expectativas que existem entre pais e filhos, os segredos que ambas as partes conservam e as mentiras que perpetram para os conservar. Jenny - e nós - chega lentamente à conclusão que não conhece realmente as pessoas que vivem debaixo do mesmo teto que ela.

... E depois temos o final em que o livro colapsou, para mim, numa enorme desilusão e alguma frustração. Ao longo do livro a falta de acção foi sendo largamente compensada pelo meu interesse na resolução do mistério, mas as expectativas que Shemilt foi criando acabaram por ficar longe de se verem correspondidas.




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