0 A improvável viagem de Harold Fry + Opinião
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3 estrelas,
Rachel Joyce
Assombroso, inesperado e inspirador, Rachel Joyce faz-nos sentir que devíamos sair de casa, caminhar e descobrir a vida. Desde o momento em que encontrei Harold Fry, não consegui abandoná-lo. Impossível largar o livro.
The Times
Para Harold Fry os dias são todos iguais. Nada acontece na pequena aldeia onde vive com a mulher Maureen, que se irrita com quase tudo o que ele faz. Até que uma carta vem mudar tudo: Queenie Hennessy, uma amiga de longa data que não vê há vinte anos, e que está agora doente numa casa de saúde, decide dar notícias. Harold responde-lhe rapidamente e sai para colocar a carta no marco do correio. No entanto, está longe de imaginar que este curto percurso terminará mil quilómetros e 87 dias depois.
E assim começa esta viagem improvável de Harold Fry. Uma viagem que vai alterar a sua vida, que o leva ao encontro de si mesmo, a descobrir os seus verdadeiros anseios há tanto adormecidos e sobretudo vai ajudá-lo a exorcizar os seus fantasmas.
Com este primeiro romance sobre o amor, a amizade e o arrependimento, A improvável viagem de Harold Fry, que recebeu o National Book Ward, para primeira obra, Rachel Joyce revela-se uma irresistível contadora de histórias.
Género: Romance
Páginas: -
Original: The Unlikely Pilgrimage of Harold Fry (2012) [Goodreads] [Wook]
opinião
My rating: 3 of 5 stars
★ ★ ★ _
Começo pelo negativo: A Improvável Viagem de Harold Fry é, para mim, uma daquelas ideias extraordinárias cujas opções de concretização, cravadas de sérios problemas, acabam por prejudicar o livro.
Facilmente ultrapassaria a óbvia implausibilidade do enredo se visse este sacrifício justificado e compensado… mas, infelizmente, não é o caso. A este problema vem juntar-se a previsibilidade [excepto informações que nos são ocultadas] de uma narrativa encharcada em clichés e, em algumas partes, aborrecida. Quanto a Harold, é uma personagem naturalmente difícil de simpatizar pelo seu excesso de passividade e ingenuidade aos 65 anos de idade e, relativamente às restantes personagens, embora me afeiçoasse a algumas e acabasse por me interessar pelas suas histórias, não me identifiquei com nenhuma e incomodou-me a falta de realismo com que as vi retratadas.
Além disso, sou da opinião de que há temas cuja abordagem só se justifica quando profunda… a superficialidade por que Rachel Joyce optou rouba consideravelmente na importância do conteúdo da história e tornou a experiência de leitura vazia.
Ignorando a frustração que os pontos anteriores me provocaram, tenho a acrescentar positivamente que o livro ganha interesse pela forma como nos permite observar a mudança que a peregrinação executa tanto em Harold como na esposa - ambos presos há anos num casamento miserável. Tem partes verdadeiramente inspiradoras que nos levam a refletir sobre o que realmente interessa na vida, a importância das nossas escolhas, a corrosão psicológica que o arrependimento e a noção de oportunidades perdidas podem levar a cabo… e como este remorso pode, e deve, ser activamente contrariado.
Posto isto, gostei… mas não fiquei impressionada.
Sobre a autora...
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