Destaques

3 O que ando a ler...Novembro



26/Novembro
Comecei a ler O Barco Encantado com imensa curiosidade e entrei no enredo bastante satisfeita com o
calibre das personagens que Luanne Rice vai introduzindo: homens e mulheres maduros cujo deslumbramento dos primeiros anos da vida de adulto já se desvaneceu, deixando-os com problemas e dúvidas credíveis e justificados.
A autora reuniu um conjunto muito interessante de histórias de vida, abordando temas sensíveis como o vício, o divórcio, o abandono, a gravidez na adolescência e os estritos laços que unem a família e os amigos. No entanto, em quase 300 páginas não há espaço suficiente para desenvolver e aprofundar convenientemente o carácter de três personagens (Dar, Delia e Rory), fortalecer a empatia leitor/personagens que me parece essencial neste tipo de livro que apela à sensibilidade do leitor e ainda esmiuçar os problemas pessoais destas três irmãs ou dos seus respectivos núcleos familiares. 
Assim, apesar de ter gostado do que li, sinto-me um bocadinho desiludida com o nível de profundidade escolhido para a abordagem de temas tão emotivos e delicados.

Morte em Pemberley instala-se directamente na categoria "desilusões 2013". Não o recomendo aos fãs do
género Policial e muito menos aos fãs de Jane Austen!
Quando à componente "austeniana", apesar da determinação com que P. D. James escreve, não consegue nem por um milésimo de segundo levar-nos a confundir estes fantoches sem personalidade alguma com um dos pares mais mediáticos e estimados da literatura: Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy.
Quanto à vertente policial/mistério: as personagens tiram conclusões comprometedoras a partir de provas duvidosas/inexistentes, não há realmente uma resolução sequencial do mistério já que não é revelado nada ao longo da narrativa que nos leve a levantar suspeitas alternadas e, de repente, tudo se resolve com uma carta de confissão de culpa e posteriores esclarecimentos adicionais. O pouco mistério existente é entediante.

Preferidos do Mês:
1. O Anão: 5★
2. Lugares Escuros: 4★
3. O Manipulador: 4★
21/Novembro
Aclamado como uma das grandes revelações deste ano, A Estação dos Ossos acabou por me desiludir
imenso. Reconheço que há imenso potencial neste livro. O enredo é complexo e imaginativo mas está longe de ser original, se eliminarmos as variantes espíritos/auras/videntes tenho a certeza que encontramos umas quantas obras de fantasia bem semelhantes…
O tempo dispensado à criação deste mundo e realidade alternativa é necessariamente exagerado mas isso acaba por atrasar imenso os desenvolvimentos e não me parece que a «informação» tenha sido passada da melhor forma: costumo associar sem qualquer problema equivalências visuais ao que estou a acompanhar em texto e há uma série de escritores que espicaçam de forma fenomenal os meus sentidos…mas deste livro apenas me ficaram fragmentos…fragmentos da aparência física das personagens, fragmentos do cenário distópico envolvente, fragmentos de emoções…
Incomodou-me a forma abrupta com que o passado se começava a revelar no presente - ok, há uma explicação para isso, mas acho que existem formas mais interessantes e suaves de o executar, tornando este passado uma mais-valia para o desenvolvimento da história. Assim como está, fiquei com a sensação da acção estar recorrentemente a ser "cortada". Além disso, enredo não é assim tão dissimulado que exija a repetição de informação nem o esclarecimento de coisas que se foram tornando bastante óbvias com o desenrolar da narrativa.
Infelizmente, nem das personagens posso afirmar convictamente que gostei…incompletas, mal caracterizadas e mal descritas, muito imaturas e irritadiças, caprichosas, insociáveis e intratáveis. O Guardião será, ainda assim, o meu preferido… apesar da irritante e perturbadora moda de incluir um personagem do sexo masculino, mais maduro, que verga a protagonista às suas vontades sem tampouco se justificar perante a mesma.
Posto isto, para mim, A Estação dos Ossos é um livro modesto tanto em escrita como em enredo e respectivo progresso mas extremamente ambicioso, guardando nos seus conceitos base desenvolvimentos bastante promissores…ou, pelo menos, assim espero. Criei expectativas muito elevadas, com base naquilo que fui ouvindo/lendo aquando da divulgação do livro e penso que essas só terão servido para aumentar a minha desilusão… Não sendo mau, este livro parece-me longe de preencher os requisitos prometidos.

19/Novembro
Estou muito satisfeita com as minhas escolhas para este mês! 
Acabei de ler Refém do Amor, de Nora Roberts, e posso confirmar que gostei imenso. É um livro excelente para os momentos de lazer, com um enredo que junta romance e suspense de uma forma que me manteve bem agarrada a ele até ao fim... e o final não podia ser mais empolgante!
Gostei imenso da protagonista, Phoebe, uma mulher forte e decidida mas que aceita os seus momentos de fraqueza com receptividade, muito dedicada ao trabalho e à família, agindo como a cola que a mantém unida e a funcionar. Gostei que o trabalho de Phoebe tivesse uma ligação importante ao passado, já que ela descobriu a sua vocação numa catástrofe pessoal e recorre desde esse dia ao dom de identificar as emoções alheias para trabalhar como negociadora de reféns.

15/Novembro
Para mim este é um daqueles livros cuja abordagem se torna muito mais interessante quando o colocamosverdadeiro sentido de tudo o que foi feito até ao grande desfecho…
em retrospectiva, quando olhamos para trás e percebemos o 
O Manipulador pode não me ter prendido de imediato mas a maneira como Grisham adicionou lentamente as peças do seu intrincado puzzle deixou-me cada vez mais impaciente para o ver concluído. O enredo é não só inteligente e original mas quase labiríntico. Contudo, a complexidade da história é positivamente atenuada pelo engenho e experiência do autor, mantendo a leitura agradável e absorvente.
Posso afirmar que gostei, sinceramente, de ser manipulada.

11/Novembro
  Se Lugares Escuros já tem um enredo super interessante, o talento de Gillian Flynn coloca-o num patamar superior. Cheio de descrições detalhadas e perturbadoras, a autora vai-nos arrastando para um mistério complexo e bem desenvolvido, servindo-se de uma escrita simples e directa para tornar a sua narrativa ainda mais vibrante. A heroína é bastante imperfeita, até detestável por vezes, mas não menos interessante por isso - bem pelo contrário! 
  As personagens e a forma como nos são introduzidas e descritas desencadearam emoções contraditórias que me fizeram mudar constantemente de posição em relação às mesmas. Flynn é autora de dois dos livros que mais me empolgaram este ano; a forma como revela pequenas informações de cada vez prende-me em absoluto e, por saber que, espertalhona, provavelmente está a tentar induzir-me em erro, não consigo despegar os olhos dos livros.

06/Novembro
  Um Mar de Rosas pode ser formidavelmente romântico, juntando um par que, por já se conhecer há imenso tempo, compreende-se mutuamente, mas é basicamente um livro sobre o desabrochar de um amor com descrições exaustivas sobre a actividade laboral de Emma para encher os entretantos… e por muito fascinante que seja esta profissão e por muito viáveis que sejam as hesitações do par romântico não me senti atraída pelo conteúdo especifico deste livro mas mais pela euforia em volta dos preparativos para o casamento de Mac e Carter e pelo interessantíssimo duo Parker/Malcolm Kavanaugh. 
  Foi apenas próximo do final que vibrei realmente com o livro, quando testemunhei a força da amizade entre estas brilhantes e talentosas mulheres e as mudanças que estamos dispostos a fazer por amor. É um livro que não hesito em recomendar às fãs de Nora Roberts e que apreciam um romance no verdadeiro sentido da palavra.

02/Novembro
  Em S.E.C.R.E.T. Partilhado, a sequela de S.E.C.R.E.T., L. Marie Adeline acertou em cheio na quantidade de sensualidade e erotismo com que apimenta as suas descrições. Dauphine, a nova personagem, pode protagonizar as fantasias mais sensuais neste livro, mas é a nossa já conhecida Cassie que fornece uma verdadeira e interessante história. Além disso, no seu novo papel de Guia da S.E.C.R.E.T., Cassie permite-nos entrar mais nesta estranha organização que se dedica a satisfazer as fantasias eróticas de mulheres que estão a precisar de mudaras suas visas, ficamos a saber como são realizados os recrutamentos e como são organizadas as fantasias.
  Cassie não fica a conhecer, ainda, o seu final feliz. A palavra incondicional parece teimar em não acompanhar a palavra amor… Para ter o amor que quer Cassie teria que voltar a ser a mulher que era antes e isso é algo que ela, simplesmente, não está disposta a fazer…Muito menos quando há alguém que conhece os seus segredos, receios e desejos e não lhe viraria as costas por eles…
  Escusado será dizer que fiquei em pulgas para saber que decisões irá Cassie Robichaud tomar no próximo livro!

01/Novembro
  É sempre muito bom começar o mês com um 5★! 
  O Anão, Piccolino, é um indivíduo de moral distorcida, sem escrúpulos e, na verdade, sem qualquer problema com isso. Rancoroso, venenoso e vil, Piccolino crê pertencer a uma espécie diferente, mais antiga e mais distinta que a vulgar espécie humana, a qual ele observa crua e objectivamente, sem o cínico sentimentalismo social. E é aos seus diários, escritos num ambiente deliciosamente sombrio recriado na Itália renascentista, que Pär Lagerkvist nos permite aceder em O Anão.
  Com uma prosa curta e muito fácil de acompanhar, O Anão é um livro que se pode ler muito depressa mas que está cheio de pontos de ponderação. Lagerkvist permite-nos várias linhas de interpretação, como o fazem os grandes escritores, mas a minha preferida será encarar este Piccolino como a nossa própria pequenina porção malvada. A parte desfigurada, quase ancestral, visceral, que sempre nos acompanhou, mantendo-se em pano de fundo, crítica, malvada. Que até podemos esconder nas nossas profundezas e ignorar durante uns tempos mas que não poderemos eliminar - afinal, faz parte de nós. E que aguarda, rancorosa, até poder regressar à superfície. Piccolino é o monstro camuflado que carregamos connosco. Temos também um bocadinho de «príncipe» cá dentro ao permitir que o mal se pratique diante dos nossos olhos - e tendo em conta o ano em que o livro foi escrito (1944) tudo isto se torna muito mais significativo.

De seguida vou acabar de ler S.E.C.R.E.T. Partilhado, a sequela de S.E.C.R.E.T. ... isto é que é variar! ;)

3 comentários:

  1. boa noite,
    compra todos os livros que lê?
    Desculpe a pergunta.

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    Respostas
    1. Boa noite! Não tem que se desculpar, a pergunta não me ofende minimamente.
      Sim, quase todos os livros que leio são livros que comprei, nem sempre compro a edição portuguesa porque em inglês costuma ser mais barato, especialmente os clássicos. Leio alguns emprestados e oferecem-me uns quantos também :D
      Tenho uma bela colecção! ;)

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  2. Boa noite,
    da a entender que sim. Eu adoro ler tambem, nao compro tantos como gostaria, até porque os preços não são tão acessiveis para poder comprar regularmente.
    Obrigada pela resposta e desculpe qualquer inconveniente

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