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0 E as Montanhas Ecoaram + Opinião

O regresso muito aguardado do autor de O Menino de Cabul e Mil Sóis Resplandecentes, bestseller do New York Times, e com mais de 38 milhões de livros vendidos.

Nesta narrativa, o autor centra-se não só em pais e filhos mas também em irmãos e irmãs, primos e zeladores, explorando as diversas formas em que os membros de uma família nutrem, ferem, traem, honram e se sacrificam uns pelos outros e como muitas vezes somos surpreendidos pelas acções das pessoas que nos são mais próximas, nos momentos mais importantes. 
Seguindo as suas personagens e as ramificações das suas vidas, escolhas e amores - desde Kabul a Paris, a São Francisco e à ilha grega de Tinos - a história expande-se gradualmente, tornando-se mais emocional e poderosa a cada página. 

Autor: Khaled Hosseini
Editor: Editorial Presença (Maio/2013)
Género: Ficção
Páginas: -
Original: And the Mountains Echoed





Opinião...

Em E as Montanhas Ecoaram, Khaled Hosseini avança e recua no tempo, no espaço e nas perspectivas que nos oferece, tendo por base a separação de dois irmãos na infância, em Shadbagh, no Afeganistão, quando um pai se vê obrigado a vender a filha mais nova para conseguir sustentar a sua família.

Através de uma narrativa de grande qualidade, o autor produz imagens vívidas e fluídas mas, e embora considere positivo que Hosseini não se tenha cingido às histórias de vida de Pari e Abdullah, as histórias secundárias que criou não me despertaram interesse. Além disso, uma vez que estas ocupam grande parte do livro e têm um final bastante incompleto a leitura acabou por se revelar, em grande parto do tempo, aborrecida.

Esperava uma história profunda e comovente que me trouxesse realidades bem diferentes da minha - algo exótico - com bastante interesse histórico, já que atravessa períodos de guerra, e culturalmente rica. Neste sentido, E as Montanhas Ecoaram foi uma desilusão - parece-me que o autor se deixou vencer ou pelo receio e cansaço de desenvolver temas semelhantes aos dos livros anteriores ou pela perversa preguiça.

Contudo, adorei a forma como Hosseini deixa bem patente a fugacidade da vida, como nos mostra, como o próprio incluiu no seu texto, como os anos se dobram «rapidamente uns sobre os outros, uma e outra vez, o tempo a condensar-se sob a forma de um acordeão até se reduzir a nada mais do que a largura de uma fotografia ou de um postal (…)».

Apesar de terminar a leitura ligeiramente desiludida, o potencial que antevi através do 1º e do último capítulo (9º) deixou-me muito curiosa para ler Mil Sóis Resplandecentes e O Menino de Cabul.



Sobre o autor...
  Khaled Hosseini nasceu em Cabul, no Afeganistão, em 1965, onde viveu até aos 11 anos, filho um diplomata e de uma professora de Literatura. 
  Quando o seu pai foi convidado a trabalhar na embaixada afegã em França, a família mudou-se para Paris. O seu regresso estava previsto para 1980, mas por essa altura, já o Afeganistão sofria a invasão soviética e um sangrento golpe de estado, pelo que a família Hosseini é obrigada a pedir asilo político aos Estados Unidos. Mudam-se então para San Diego e é lá que Khaled Hosseini tira o curso de Medicina, na Universidade da Califórnia. 
  Em 1993 começou a trabalhar como médico interno e em 1996 como físico. Em 2001 escreveu O Menino de Cabul, o seu primeiro romance, reeditado pela Editorial Presença em Setembro de 2013, que está a ser adaptado ao cinema por Marc Forster e Sam Mendes.

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