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0 Diário Secreto de Uma Mulher

E se Christian Grey existisse mesmo?

Sophie Morgan é uma jovem jornalista de sucesso. Divertida, inteligente, atraente e generosa, ela podia ser uma das suas amigas. A sua vida é absolutamente banal... com excepção de um "pormenor": na cama, ela gosta de se entregar a um homem dominador. Sophie é uma submissa. E é também suficientemente ousada para revelar a sua arrojada vida íntima: das primeiras experiências eróticas à recém-descoberta sexualidade, na qual James, um "Christian Grey" da vida real, teve um papel fundamental. É só quando o conhece que ultrapassa verdadeiramente os seus limites. À medida que a paixão entre ambos se intensifica, a questão que coloca a si própria é: até onde será capaz de ir? Poderá o homem perfeito ser também perfeitamente cruel? Na senda de 50 Sombras de Grey, este ousado relato pessoal desvenda os segredos e desconstrói os mitos do que realmente significa ser submissa. Arrojado, controverso e sensual, este Diário está recheado de uma honestidade tão surpreendente que ninguém - homem ou mulher - será capaz de o pousar. E quando terminar, o leitor vai perceber por que razão "Sophie" é um pseudónimo.

Autor: Sophie Morgan
Editor: Edições ASA (Fevereiro, 2013)
Género: Literatura Erótica
Páginas: 288
Original: The Diary of a Submissive (2012)

Opinião:
 

Em Diário Secreto de Uma Mulher Sophie Morgan conta-nos como descobriu e explorou o lado da sua personalidade que clamava pela submissão sexual, apesar da vertente violenta e humilhante que invariavelmente a acompanha.
Desde bem cedo, Sophie percebeu que o desafio e as ondas de adrenalina provocadas pela dor e pela provocação verbal despertavam a sua líbido. Confusa e envergonhada com os seus sentimentos, ela própria teve dificuldade em entender e aceitar esta faceta da sua personalidade que, não sendo a única, é ainda assim muito importante na sua vida.

Claro que Diário Secreto de Uma Mulher só nos chegou às mãos graças ao fenómeno As Cinquenta Sombras de Grey mas a honestidade com que Sophie aborda a questão e exprime os seus sentimentos tem, na minha opinião, bastante valor neste caso específico. A linguagem é directa e objectiva, não fosse a autora jornalista de profissão, mas é também por vezes crua e rude, aumentando ainda mais a intensidade das cenas eróticas.
Sophie partilha alguns pontos-chave nesta questão como o facto de a submissão selectiva, isto é, submeter-se apenas pelas partes que uma pessoa prefere não faz sentido nenhum no mundo BDSM. Agradou-me que não tenham havido tentativas de romantizar as suas experiências nem conferir-lhes uma falsa delicadeza e apreciei os debates internos de Sophie, abordados de forma descomplexada.
Não recomendo abertamente esta leitura uma vez que penso que se destinará a pessoas que nutrem curiosidade pela dinâmica de uma relação D/s e com disposição a manter uma mente aberta face às descrições íntimas bastante gráficas e/ou violentas até porque não é fácil ultrapassar os momentos de humilhação/degradação e aceitar certos pontos de vista que a autora tenta transmitir ao leitor… resta-nos confiar nas suas palavras advindas da experiência e ficar com a ideia de que magoar alguém que quer ser magoado não é algo mau mas sim uma delicadeza catártica…

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