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0 O Baile dos Deuses (Trilogia do Círculo #2) - Opinião



Depois de Glenna e Hoyt, bruxa e feiticeiro, terem impulsionado o início de uma batalha épica entre o Bem e o Mal, neste segundo livro da Trilogia do Círculocontinuamos a acompanhar o recém-formado grupo de guerreiros nos seus esforços para derrotarem a verdadeira personificação do mal: a terrível vampira Lilith e o seu exército de sugadores de sangue.

Blair, caçadora de vampiros por herança, teve que lidar desde muito cedo com a rejeição - A mãe abandonou-a e o próprio pai não tinha nada mais a oferecer-lhe para além do treino físico que lhe permitiria sobreviver ao combate contra os vampiros. Para piorar, o seu primeiro amor rejeitou-a cruelmente assim que ficou a conhecer o seu currículo de actividades não oficiais. Depois de uma vida dedicada de corpo e alma à mesma actividade que lhe roubou o consolo de uma família e a felicidade do amor, Blair tem menos de três meses para passar os seus conhecimentos de combate aos camaradas de grupo e treiná-los o melhor que conseguir, preparando-os para o conflito final.

O romance entre Blair e Larkin era conjecturável. Na verdade, desde bem cedo que os interesses românticos a desenvolver ao longo da trilogia ficaram estabelecidos… e a conclusão desta história não será também algo que nos vá surpreender. É a forma tão magnificamente intrincada que Nora Roberts nos traz magia eparanormalromance conflitosmodernidade viagens no tempo que fazem esta leitura valer a pena.

Ainda assim, esta trilogia não será um dos melhores exemplos do fantástico trabalho de Nora Roberts, sempre tão atenta aos detalhes. A escrita é comparativamente fraca, sem a sua riqueza habitual mas a escritora merece definitivamente alguns pontos por sair da sua zona de conforto e arriscar-se num conceito tão singular na sua linha de trabalho.

A narrativa está bem estruturada, com a sua amena quantidade de acção e combates.

Sempre fiel aos personagens que cria, Nora traz-nos personalidades muito bem especificadas e mesmo que não gostemos delas, temos que ceder à sua magnífica caracterização. Blair, a quem eu tive grandes dificuldades em afeiçoar-me especialmente devido ao seu carácter demasiado másculo e bruto, é uma mulherdecidida, com medos e inseguranças reais e válidos mas que não passa mais tempo do que aquele que é estritamente necessário a pensar nos seus problemas e não deixa certamente que isso influencia aquilo que veio até ali fazer - o que é óptimo porque não arrasta a história com as suas dúvidas e hesitações.

Larkin é tão maravilhosamente doceApaixonadofortebem-disposto e cómico,descontraído com a vida. Embora tenha sido caracterizado muito superficialmente(é comum que Nora se debruce muito sobre ambas as personagens do casal protagonista, mas em O Baile dos Deuses Larkin saiu um bocadinho a perder), Larkin não deixa de nos encantar.

Ao contrário do casal anterior (Glenna/Hoyt), o segundo casal (Blair/Larkin) traz, especialmente ela, o seu passado para a trama presente o que aprofunda mais a personagem.

O desenvolvimento do grupo, cada vez mais unido e cada vez mais concentrado na sua missão, está muito bem registado ao longo dos dois primeiros livros. Infelizmente, Hoyt mantém-se muito ausente tanto na acção como nos diálogos, mas em compensação Moira parece finalmente estar a sair do casulo e a assumir o seu papel nos acontecimentos e Cian…bem, esse está a precisar de uma boa lição!

Este grupo tão desconjuntado está aqui para nos mostrar que nem a maldade puraconsegue vencer o amor, a generosidade, a compaixão ou a esperança. Muito menos quando aliados!

Uh!...e que maldade! A descrição das actividades de Lilith e do seu pseudo-filho em especial, bem como do resto do seu bando de vampiros, no covil que lhes serve de residência é tão doentiaAdoro!

Sou no entanto da opinião que os planos e objectivos futuros de Lilith podiam ter sido mais explorados. Acredito que nos daria uma sensação de ameaça real e de premência/urgência que iria credibilizar ainda mais a história.

mudança de cenário é uma lufada de ar fresco neste segundo livro já que o círculo de seis estava praticamente isolado na casa de Cian, na Irlanda.

O final deixou-me desejosa de pegar logo no terceiro livro e seguir viagem de novo para Geall! Especialmente porque Cian é, desde o princípio, a minha personagem preferida desta trilogia, com o seu humor sardónico e arrogância intrínseca.


Frases Preferidas:
«Vou viver um dia de cada vez, as pessoas como eu olham muito para o fundo da estrada e acabam por cair no grande buraco que está mesmo à frente delas.»
«Tens mais do que uma batalha a vencer, mais do que uma demanda. E sempre, minha filha, sempre, mais do que uma escolha.»

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