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2 A Noiva Despida + Opinião


Uma mulher desaparece.
A Noiva DespidaEla era a esposa perfeita, a mãe exemplar, uma mulher irrepreensível. O que dizer então do explosivo diário que deixa para trás? 
Nas suas páginas, ela revela pormenores surpreendentes da sua jornada de descoberta e libertação sexual. 
Ela inicia o seu diário em Marrocos. Está em lua-de-mel. Acredita ser feliz na sua vida confortável e convencional. Mas ela precisa de mais. Ao descobrir um livro raro, de uma autora anónima do século XVII, sente-se inspirada pela sua heroína fogosa, que desafia as convenções e busca o prazer. 
Mas o que começa apenas na sua imaginação, rapidamente ganha contornos de urgência. Pela primeira vez, ela põe em prática o que de mais íntimo e inconfessável lhe vai na alma. Assim começa uma vida dupla na qual transpõe a barreira entre fantasia e realidade, num mundo onde o desejo não conhece limites. Mas o preço dessa liberdade pode ser demasiado alto… 
A Noiva Despida é uma aventura nos meandros do sexo e do amor. Uma partilha de confidências que apenas as melhores amigas ousam fazer. No final, é impossível evitar a pergunta: até que ponto conhecemos verdadeiramente outra pessoa? 


Autor: Nikki Gemmel
Editor: Edições Asa (Outubro, 2012)
Género: Literatura Erótica
Páginas: 320
Original: The Bride Stripped Bare (2003)


Opinião:

Sou da opinião que o carácter do protagonista não tem, por si só, o poder de elevar a propriedade de um livro nem, tampouco, de o enxovalhar… Mas, quando o âmbito se propõe a ser tão intimista quanto o é em A Noiva Despida e o único ponto de vista a que temos acesso é o desta mulher, torna-se deveras difícil conseguir apreciar a leitura…

Resistindo à tentação de usar adjectivos bem mais brejeiros para descrever esta personagem, digamos apenas que é uma mulher egocêntrica, imatura, supérflua, fútil e improfícua. Irritantemente, parece confundir amor com estabilidade económica, proporcionada pelo marido; o que adiciona à exposição do seu carácter as denominações de hipócrita, cínica e interesseira.
Ressentindo-se amargamente do conjugue, nada faz para tentar melhorar a relação ou acabar de vez com a fachada que é o seu casamento. Também não assume uma verdadeira relação com o amante, se é que se pode apelidar de tal, porque, como a própria afirma, não vai trocar a sua vidinha confortável com o marido para ficar com um actor desempregado… ( o número de vezes que indaga sobre quanto dinheiro Gabriel ganhará é frustrante).
O tipo de vida dupla que passa a levar transparece como uma opção sem sentido, injustificável e, muito sinceramente, penso que chega a ser desrespeitosa para as mulheres que sofreram uma traição ao casamento.

Nem tudo é negativo, claro, a autora consegue marcar algumas posições válidas e o recurso à segunda pessoa do singular permite um nível muito elevado de impessoalidade no tom de escrita, tornando a leitura muito íntima, quase como um desabafo. Há imensa honestidade neste livro mas quando esta é colocada num contexto tão - permitam-me - ajavardado e mentecapto esta acaba por se diluir completamente. O esforço de uma luta interna é sempre uma óptima premissa para um livro, excepto quando existe a tentativa absurda de justificar acções injustificáveis e de tentar fazer passar, com alguma solenidade até, divagações que não passam de devaneios obtusos.
O fim, apesar de não ser totalmente inesperado devido à forma como é iniciado o livro, surge de forma abrupta e sem sentido, piorando o que já era mau.

Sem me encontrar na presente disposição de chafurdar neste livro em busca de indícios de distúrbios psicológicos, suas implicações e justificações, (que de certeza que as há, e muitas!) não apreciei minimamente a leitura deste livro.

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Sobre a Autora:
Nikki Gemmel nasceu na Austrália e vive actualmente em Londres. É autora de uma obra aclamada internacionalmente e que contempla ficção e não-ficção. A revista literária francesa Lire considerou-a uma das cinquenta escritoras mais influentes do mundo, dada a sua voz única e a temática ousada dos seus livros. 
«A Noiva Despida» é o seu primeiro trabalho a ser publicado em Portugal. Acompanhe a autora no seu {Site Oficial}


2 comentários:

  1. Acabei de o ler e tenho a mesma opinião. Achei o final tão desinteressante e a futilidade como trata o amor e o marido é tão incrível. Ou o ama ou não. Ela não sabe o que quer ou sente pelo marido desde o início até o fim e até o amante merecia melhor.

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  2. Dizemos que ela pode ter sido chata, e egoísta, mas porque também não pensamos no lado dela, a mulher deseja coisas com o marido e ele não, ela tenta algo mais quente entre os dois, mas ele nao se importa tanto, isso e muito importante na vida do casal, claro que nao justifica a traição dela, mas digamos que tem uma culpa do marido dela nisso...

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