0 A Derradeira Ilusão | Opinião
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Romance
Diane Chamberlain traz-nos um livro muito bem escrito e repleto de suspense, sobre mentiras e a complexidade do universo familiar.
Com a família, ela aprendeu a conviver com as ilusões. Mas até quando conseguirá manter a mentira?
Molly Arnette tem tudo para ser feliz: um marido que adora, uma casa linda e o sonho de ser mãe quase realizado através da adoção. Ela teme, contudo, que todo o processo revele segredos do seu passado e destrua não só as suas hipóteses de finalmente ter um filho, como o seu próprio casamento.
Vinte anos antes, Molly fugira de casa, sentindo-se traída e enganada pela sua família: pela mãe adotiva que a criou, e que ela diz estar morta; pelo pai doente, que Molly adorava e cuja morte a fez «fugir» de casa; e pela própria mãe biológica, cuja presença misteriosa no seio familiar levantara tantas questões.
Determinada a enfrentar os fantasmas do seu passado e a abraçar um futuro cheio de promessas, regressa a casa. Mas à luz de revelações intensas e inesperadas, Molly apercebe-se de que, embora tenha fugido à sua família, não conseguiu fugir às ilusões por ela criadas.
Autor: Diane Chamberlain
Editor: TopSeller (Outubro, 2016)
Género: Romance
Páginas: 384
Original: Pretending to Dance (2015)
opinião
★★★★☆
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A Derradeira Ilusão é um livro bastante diversificado com potencial para agradar a vários tipos de leitores; Diane Chamberlain parece ter uma capacidade extraordinária para nos ligar aos seus personagens e para desenvolver genuína preocupação pelos mesmos.
Ao longo do livro a autora constrói uma história comovente focando-se principalmente nos laços familiares e na importância dos mesmos. Acompanhamos Molly em dois períodos da sua vida: na sua feliz e privilegiada adolescência ensombrada 'apenas' pela terrível doença do pai (Esclerose Múltipla), cujos efeitos se vão acumulando, deixando-o cada vez mais debilitado e dependente, e em 2014 quando, já adulta, Molly nos revela que cortou de forma definitiva os laços com a família e que tem mantido o seu passado em segredo do marido por medo que ele a deixe.
Não podemos deixar de ficar curiosos… O que a terá levado a abandonar um lar tão acolhedor, tão cheio de amor e de pessoas que se preocupavam genuinamente com o seu bem-estar? E o que pode ser tão terrível que leve o marido a querer separar-se dela?
Os capítulos revezam-se entre 1990 e 2014, transições que Diane Chamberlain consegue fazer de forma muito suave e competente. Quando este método narrativo é utilizado, muitas vezes apenas temos interesse numa parte do livro pela informação que recolhemos para conseguir compreender a outra metade, mas em A Derradeira Ilusão ambas as partes do livro são muito interessantes só por si.
A minha componente preferida é a relação/interação de Molly com o seu pai. Apesar de muito jovem, Molly assume deliberadamente a responsabilidade de fazer o pai feliz e de garantir que ele se diverte, preocupando-se imenso com ele e como seu bem-estar. Apesar de sofrer terrivelmente, o pai de Molly não perde a paciência com ninguém, não se vitimiza e tenta ajudar todos os que o rodeiam. É uma daquelas pessoas com capacidade para contagiar o humor dos outros, um daqueles personagens que gostaríamos de conhecer realmente!
Diane Chamberlain é excelente a aprofundar os laços familiares, adicionando verdadeira emoção a uma narrativa que, embora previsível, não perde o seu interesse graças à empatia genuína que desenvolvemos pelos personagens.
Gostei muito deste livro, não tanto quanto gostei de Vidas Esquecidas porque a história desse livro pareceu-me mais interessante e relevante, mas o suficiente para não hesitar em recomendá-lo!
Diane Chamberlain é uma autora bestseller norte-americana, com 23 títulos publicados em mais de 20 línguas. Apaixonada pela leitura e pela escrita desde criança, viu o seu primeiro romance publicado em 1989, título esse que lhe valeu um prémio RITA, atribuído pela Associação Americana de Escritores de Romance. É licenciada em Serviço Social pela Universidade de San Diego, ainda que já não exerça a sua profissão para poder dedicar-se inteiramente à escrita e aos livros. Para a autora, a verdadeira magia da escrita está na possibilidade de tocar os leitores com as suas palavras.
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