0 As Minhas Leituras de Novembro 2014

Há três livros que se destacaram dos outros este mês: Nós de David Nicholls - autor de Um Dia - A Festa da Insignificância, que marca o regresso de Milan Kundera, o autor de A Insustentável Leveza do Ser ao panorama literário e O Comboio dos Órfãos, a estreia de Christina Baker Kline em Portugal. Gostei muito dos três e por motivos bem diferentes, confirmando a ideia de que podemos retirar imenso prazer de diferentes tipos de livros desde que bem trabalhados.
As Gémeas: 4★ (Chá das Cinco, 2014)
20 de Novembro
Os livros que li esta semana são ambos muito bons. Provavelmente O Comboio dos Órfãos (ASA, 2014) agradará mais facilmente à generalidade dos leitores mas eu preferi Nós (Jacarandá, 2014), especialmente devido ao fantástico sentido de humor.
O primeiro livro centra-se na dura história de vida de Vivian, uma rapariga transportada num dos comboios que circulou na América do Norte entre 1854 e 1929 com o objectivo de reunir crianças desamparados a possíveis famílias adoptivas. Vivian tem agora 91 anos e partilha as suas vivências com uma adolescente com a qual tem, inesperadamente, muito em comum. Já o segundo livro descreve as aventuras dos Petersen na sua última viagem em família, uma Grand Tour pela Europa onde se aplica exemplarmente a Lei de Murphy...
O Comboio dos Órfãos: 4★ (ASA, 2014)
Christina Baker Kline foi muito competente a criar uma justaposição entre diferentes períodos temporais, complementando uma época com a outra à medida que desenvolve a sua narrativa. Gostei muito tanto de Vivian como de Molly que acabam por nunca se sentir desejadas ou verdadeiramente acolhidas pelas famílias de adopção, crescendo receosas e desconfiadas, criando novas identidades para si mesmas.
O Comboio dos Órfãos é o relato de duas histórias comoventes e inspiradoras.
Nós: 5★ (Jacarandá, 2014)
Já tinha imensas saudades deste autor e da forma extraordinária com que mistura comédia com tragédia.
Muito bem construído e estruturado, este livro tornou-se agora o meu preferido de David Nicholls e, sem dúvida, um dos meus preferidos deste ano. A voz do narrador é absolutamente fantástica e hilariante e é ela, mais do que propriamente o enredo, que nos prende ao livro.
No meio de toda a loucura de Nós existe também muita sabedoria; relatos sobre namoro, casamento e paternidade com os quais, num ou noutro ponto, não conseguimos deixar de nos identificar.
O primeiro livro centra-se na dura história de vida de Vivian, uma rapariga transportada num dos comboios que circulou na América do Norte entre 1854 e 1929 com o objectivo de reunir crianças desamparados a possíveis famílias adoptivas. Vivian tem agora 91 anos e partilha as suas vivências com uma adolescente com a qual tem, inesperadamente, muito em comum. Já o segundo livro descreve as aventuras dos Petersen na sua última viagem em família, uma Grand Tour pela Europa onde se aplica exemplarmente a Lei de Murphy...
O Comboio dos Órfãos: 4★ (ASA, 2014)

O Comboio dos Órfãos é o relato de duas histórias comoventes e inspiradoras.
Nós: 5★ (Jacarandá, 2014)

Muito bem construído e estruturado, este livro tornou-se agora o meu preferido de David Nicholls e, sem dúvida, um dos meus preferidos deste ano. A voz do narrador é absolutamente fantástica e hilariante e é ela, mais do que propriamente o enredo, que nos prende ao livro.
No meio de toda a loucura de Nós existe também muita sabedoria; relatos sobre namoro, casamento e paternidade com os quais, num ou noutro ponto, não conseguimos deixar de nos identificar.

Demorei quase sete meses mas finalmente terminei A Guerra que Acabou com a Paz. Apesar das suas 828 páginas, este livro serve 'apenas' de introdução à Primeira Guerra Mundial, descrevendo de forma excelente e muito pormenorizada os eventos e decisões que culminaram em guerra, provocando a morte de milhões de pessoas e comprometendo a economia global. Gostei muito deste livro e adoraria ver uma continuação, escrita por Margaret MacMillan, que se debruçasse sobre o período de guerra.
Entretanto também terminei de ler Na Pele de Meryl Streep, do qual gostei muito, e Infância Perdida, um livro cheio de potencial que poderia ter sido melhor explorado.
Na Pele de Meryl Streep: 4★ (Bertrand, 2014)
Os problemas que as personagens enfrentam acabam por ser clichés que já vimos em n livros/filmes, mas a forma como a autora os explora mantêm-nos genuinamente interessados na narrativa. A originalidade do livro está relacionada com os filmes de Meryl Streep, que cada personagem analisa e tira conclusões conforme as suas experiências pessoais.
Infância Roubada: 3★ (Porto Editora, 2014)
Além da poderosa componente emocional, esta história conta com descrições revoltantes de maus tratos e negligência que perturbam e agitam o leitor, impedindo-o de ficar indiferente, contudo, Infância Roubada é um daqueles livros em que fico com a sensação que o autor pegou numa história cheia de potencial, delineou duas ou três situações/cenas extremamente boas e que depois se limitou a encher o resto conforme foi escrevendo, repetindo-se ao longo do livro ou incluindo nele partes completa ou parcialmente desnecessárias. Além disso, o livro termina de forma mais do que insatisfatória.
6 de Novembro
A adaptação cinematográfica de A 5ª Vaga é aguardada para Janeiro do próximo ano, com interpretações de Chloë Grace Moretz [Carrie (2013)] e Liev Screiber [Salt (2010)], entre outros. Quanto a A Mulher Silenciosa, é ainda um projecto em desenvolvimento e pouco se sabe sobre o mesmo.
Na minha lista de leituras para este mês segue-se Na Pele de Meryl Streep que me está a surpreender pela positiva e Infância Roubada do qual só li o primeiro capítulo mas que foi o suficiente para ficar completamente agarrada à história!
A Festa da Insignificância: 4★ (Dom Quixote, 2014)
Mais do que contar uma história, A Festa da Insignificância pretende passar uma mensagem... e o tom com que o faz - esforçando-se activamente para despojar de seriedade temas bastante sóbrios - acaba por tornar o conteúdo muito mais sugestivo.
Kundera aborda o contemporâneo colocando em evidência o que é mesquinho, trivial, frívolo e ridículo; a insignificância do que somos, do que fazemos, do que teorizamos e do que reverenciamos.
Concentrando um punhado de temas muito interessantes como o evidente declínio cultural de uma sociedade devotada à banalidade. Mas este não é um livro de respostas, muito pelo contrário. Num enredo que segue aparentemente sem objectivo específico, Kundera diverte-se a levantar problemas, a enumerar questões e a atirar-nos à cara como somos as pacientes vítimas de uma colossal piadola de muito mau gosto...
A 5ª Vaga: 3★ (Presença, 2014)
É questionável a qualidade e extensão da fundamentação teórica do enredo, da lógica por detrás das intenções alienígenas/humanas e das manobras militares mas, se ignorarmos isso, podemos acabar por nos entreter um bom bocado com este livro, cheio de especulação e cenários apocalípticos.
A Mulher Silenciosa: 3★ (Presença, 2014)
O silêncio de Jodi acaba por ser também a sua arma mais poderosa já que não dá espaço para confronto, não permite o virar do jogo.
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