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0 O Osso da Borboleta {Livros Outubro}


  Uma cidadezinha atlântica portuguesa, hoje. Tem praia, casino, pescadores, bandidos, o rasto dos refugiados judeus da Segunda Guerra. Nesta terra consumida pela grandeza do passado — ou a falsa memória de que já foi grande — um homem escondeu-se do mundo, num sótão. Fala com as pombas e com deusinhos gregos, tem um Olimpo de vitrine. É ladrão mas não o admite. Quem não fez isto e aquilo e aqueloutro naquela altura? A vizinha de baixo arrasta as pantufas da velhice e da solidão, insulta as suas flores. Já foi a mais bela mulher da cidade. Purificação, ou melhor, Borboleta, antiga especialista em palpites de jogo.
  O passado vem ter com ela: um deus da província e do dinheiro sujo quer esmagá-la. Borboleta sai à rua e defende-se. Morre o cão, acaba a raiva. O Osso da Borboleta é um relato em directo do último século de um país, Portugal, que não encontra lugar no mundo. Da aflição das pessoas que procuram a felicidade, de fracasso em fracasso. Uma comédia humana em que, para nossa alegria, o mal pode ser envenenado e a vida continuar.

Autor: Rui Cardoso Martins
Editor: Tinta da China (Outubro, 2014)
Género: Romance
Páginas: 224


Rui Cardoso Martins nasceu em 1967, em Portalegre, e tirou o Curso Superior de Comunicação Social da Universidade Nova de Lisboa. É jornalista fundador do Público, onde mantém a crónica "Levante-se o Réu" (Pública), das mais antigas da imprensa portuguesa, com dois prémios Gazeta de Jornalismo. Como repórter cobriu, entre outros acontecimentos, o cerco de Sarajevo e Mostar, na Guerra da Bósnia, e as primeiras eleições livres na África do Sul. Argumentista fundador e sócio das Produções Fictícias, é co-criador do programa satírico Contra-Informação, que escreve desde o primeiro episódio. Foi co-autor de Herman Enciclopédia, escreveu para Conversa da Treta (rádio, televisão e teatro) e para o jornal Inimigo Público. Co-autor da série dramática Sociedade Anónima, da RTP. No cinema, é autor do argumento e guião originais da longa-metragem Zona J.

E SE EU GOSTASSE MUITO DE MORRER   SE FOSSE FÁCIL ERA PARA OS OUTROS   DEIXEM PASSAR O HOMEM INVISÍVEL   


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