Um thriller psicológico intenso e de leitura compulsiva, Não Digas Nada revela como, mesmo numa família perfeita, nada é o que parece.
  Tenho andado a segui-la nos últimos dias. Sei onde faz as compras de supermercado, a que lavandaria vai, onde trabalha. Nunca falei com ela. Não lhe reconheceria o tom de voz. Não sei a cor dos olhos dela ou como eles ficam quando está assustada. Mas vou saber. 

  Filha de um juiz de sucesso e de uma figura do jet set reprimida, Mia Dennett sempre lutou contra a vida privilegiada dos pais, e tem um trabalho simples como professora de artes visuais numa escola secundária. Certa noite, Mia decide, inadvertidamente, sair com um estranho que acabou de conhecer num bar. À primeira vista, Colin Thatcher parece ser um homem modesto e inofensivo. Mas acompanhá-lo acabará por se tornar o pior erro da vida de Mia.

opinião

★★★★(4 em 5)

Mary Kubica fez um excelente trabalho em «Não Digas Nada». Alternando entre perspectivas e passado/presente, a autora revela de imediato início e fim, dedicando-se depois à intrigante tarefa de preencher o que fica entre ambos.

O livro tem por base o rapto de Mia, dividindo-se entre o «antes» e o «depois» do seu regresso. Uma vez que Mia volta sem memória do que lhe aconteceu enquanto esteje refém, espírito quebrado e com a ideia fixa de que o seu nome é Chloe, Mia não é de grande ajuda para o investigador Gabe que acompanha o caso desde o início.

Kubica vai dando dimensão e complexidade às suas personagens e ligações entre elas, pelo que depressa percebemos que nem tudo é o que parece, que esta família perfeita está na realidade bem longe de o ser e que nem todos os crimes são completamente despojados de virtude.

Aliando de forma mais do que satisfatória suspense, romance e drama familiar, «Não Digas Nada», depois de algumas revelações inesperadas, reserva ainda algumas surpresas para o final...