2 O Que ando a Ler...Janeiro 2014
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O Que Ando a Ler
Preferidos do mês:
1. O Grande Gatsby: 5★
2. Johnny Got His Gun: 5★
3. Nove Mil Dias e Uma Só Noite: 5★
4. Só: 4★
5. Mariana: 4★
6. Sonhos de Papel: 4★
7. O Mundo Segundo Bob: 4★
30/Janeiro2. Johnny Got His Gun: 5★
3. Nove Mil Dias e Uma Só Noite: 5★
4. Só: 4★
5. Mariana: 4★
6. Sonhos de Papel: 4★
7. O Mundo Segundo Bob: 4★
Para terminar o mês escolhi um lançamento recente da Presença: Seis Anos Depois. Mais um livro que foi seleccionado para adaptação cinematográfica, com Hugh Jackman a desempenhar o papel principal.
Sem dúvida que o autor conseguiu
manter-me bastante interessada e entretida durante todo o livro, conferindo à
narrativa um ritmo formidável enquanto conserva o mistério e a intensidade do
mesmo bem até ao final, recheando-o com reviravoltas inesperadas mas tendo em
conta que Coben é um autor reconhecido e premiado e que se trata de um livro
cujo argumento está a ser adaptado ao cinema confesso que estava à espera de
melhor… a existência de demasiados clichés, especialmente na construção das
personagens e em alguns dos seus comportamentos, de algumas incoerências, de
tentativas de humor redondamente falhadas que acabam por descreditar a
narrativa e de um questionável nível de investigação por parte do autor levaram
a balança a pender um bocadinho para o lado do desagrado.
29/Janeiro
Para a última semana do mês escolhi dois romances lançados muito recentemente em Portugal, um pela ASA e outro pela Editorial Presença ... e foram duas excelente escolhas!
Nove Mil Dias e Uma Só Noite traz-nos um amor capaz de resistir ao tempo, à distância e à guerra. É
um livro absolutamente apaixonante, desdobrando-se entre dois eventos históricos de extrema importância, as duas Guerras Mundiais.
Escrito de forma excepcional, desenvolvido exclusivamente através de cartas trocadas entre os personagens, Nove Mil Dias e Uma Só Noite traduz-se numa narrativa dinâmica - dei por mim a ansiar por cada carta, a lê-las com o mesmo empenho e curiosidade que o verdadeiro destinatário!
Sonhos de Papel reúne elementos suficientes para nos entreter e acicatar a nossa curiosidade do início ao
fim! Além de uma protagonista fantástica - determinada, audaz e corajosa - Ruta Sepetys encheu o seu livro de personagens fabulosas - expressivas, vibrantes e muito bem desenvolvidas. A própria Nova Orleães de 1950 ganha vida graças ao excelente trabalho de descrição da autora, levando-nos a ficar profundamente envolvidos na narrativa.
Em suma, uma história intrigante e variada perpetrada por personagens fabulosas e escrita de forma primorosa e fluída.
...E como não consigo manter-me muito tempo afastada dos clássicos, tenho andado entretida com Jane Eyre...cujo arrebatamento compenso com o super intrigante Seis Anos Depois, um lançamento bem recente da Presença.
Antes de o começar a ler já estava a contar gostar muito de Johnny Got His Gun.
A Primeira Guerra Mundial tirou tudo ao jovem Joe resumindo-o a um anónimo desmembrado; um homem incapaz de qualquer acção, incapaz de qualquer acto de subsistência, incapaz de qualquer comunicação. Enfim, um morto…não fosse a sua lucidez. E pensar… pensar profundamente… ponderar…pode ser um dos piores castigos quando não há a possibilidade de outra distracção.
Ao longo das doces recordações ou lembranças mais amargas do passado, o terrível presente e uma visão pavorosa sobre o futuro, ficamos agarrados aos pensamentos de Joe do início ao fim; a percepção dele é a nossa…e essa é a única que temos.
A escrita é cativante na sua violência e brusquidão. O arrebatamento do discurso torna a leitura extasiante e leva-nos a sentir tão imiscuídos com Joe que a narrativa, com a sua cascata imparável de palavras e falta de vírgulas, torna-se muitas vezes sufocante.
…E quando Joe mergulha na demência, mergulhamos com ele.
Como vendedores da revista "The Big Issue", James e Bob são obrigados a enfrentar diversos desafios O Mundo Segundo Bob.
diários. Apesar do aparecimento de problemas de saúde, da habitual dificuldade económica e de sabotagem, James não perde a esperança de conseguir mudar de vida...e é essa mudança que acompanhamos em
Gostei imenso do tom honesto da narrativa; James assume as suas culpas e defeitos sem apelar desavergonhadamente à compaixão do leitor. O texto corre-nos à frente com bastante facilidade e agilidade e quando reparamos estamos já a apreciar os acordes finais.
James volta a mostrar que um gato pode ser bem mais do que um "animal de companhia"…pode ser um amigo verdadeiro e, se estivermos atentos, pode até ser o início da solução!
O Grande Gatsby é o primeiro favorito deste ano!
F. Scott Fitzgerald pintou um magnífico quadro do início do século XX ao descrever uma atmosfera urbana
moderna marcada pela especulação financeira, pela inovação tecnológica, pela corrupção e pelo consumismo extremo. A descrição de uma sociedade supérflua apostada na aplicação narcisista da sua riqueza, na exibição de liberdade e na frenética busca pela felicidade é soberba deixando ainda espaço para a demonstração da diferença entre classes sociais associadas também ao complexo racial.
moderna marcada pela especulação financeira, pela inovação tecnológica, pela corrupção e pelo consumismo extremo. A descrição de uma sociedade supérflua apostada na aplicação narcisista da sua riqueza, na exibição de liberdade e na frenética busca pela felicidade é soberba deixando ainda espaço para a demonstração da diferença entre classes sociais associadas também ao complexo racial.
…E num mundo de tanta realização industrial é também possível «criar» pessoas: e foi isso mesmo o que Gatsby fez com ele próprio! De origem humilde, Gatsby força a sua entrada numa sociedade à qual não pertence tornando-se para os que o rodeiam num homem misterioso sobre o qual são espalhados os mais variados rumores. Mas Gatsby personifica o que é estar só no meio de uma multidão: apesar das festas badaladas e de ter a casa constantemente cheia, nunca ninguém se aproximou o suficiente para o conhecer realmente, ninguém sabe da sua devoção e dedicação a uma única mulher - Daisy. Assim, ao enganar os outros, Gatsby engana-se a si próprio, correndo atrás de um sonho que já passou do prazo, perseguindo o seu verdadeiro amor enquanto vive uma mentira vazia.
A narrativa é belíssima, poética e pomposa mantendo-se, ainda assim, fluída e descomplicada. O Grande Gatsby é mesmo um Grande livro.
13/Janeiro
Apesar de ter apreciado imenso o âmbito histórico de A Oficina dos Livros Proibidos aborreceu-me a falta de acção durante a maior parte da narrativa. Compreendo a opção de manter tudo em lume brando até chegar ao ponto climático mas, neste caso específico, essa escolha acabou por tornar a leitura enfadonha em algumas partes.
A Oficina dos Livros Proibidos não deixa de ser um óptimo trabalho de suposição sobre um tema muito interessante e com um enorme trabalho de investigação por trás.
Lamentavelmente foi o meu cepticismo em relação ao tema da reencarnação que fez com que demorasse tanto tempo a pegar neste livro. Não estava, claro, a contar com o talento da autora: aqui temos não só uma história fabulosa e bem trabalhada mas também uma escrita aprimorada. Esta agradável plenitude estende-se também aos temas abordados já que Mariana reúne em si romance histórico e romance contemporâneo, unidos por uma componente sobrenatural.
Adorei todo o conceito e a forma como foi abordado e concluído: Julia e Mariana podem estar separadas pelo tempo mas estão bem unidas pela força do amor.
6/Janeiro
... E como estou decidida a ver cumpridos os meus "desejospara 2014", continuei as minhas leituras com "Amor e Chocolate"
de Dorothy Koomson.
Sendo o terceiro livro que leio de Koomson, posso dizer que já
li melhor da autora. Não fiquei encantada com este
livro, como fiquei com os anteriores
("Um Erro Inocente" e "A Filha da Minha Melhor Amiga"),
mas é na mesma um óptimo romance que não
deixo de recomendar.
Por esta altura, o talento de Dorothy Koomson é
inegável e, mesmo que o conteúdo deixasse um bocadinho a desejar, é sempre um
prazer ler um trabalho desta autora.
2/Janeiro
E porque não começar o ano com poesia?!
O extraordinário "Só" de António Nobre, foi uma óptima forma de inaugurar as leituras de 2014!
Triste, melancólico e nostálgico, "Só" é um daqueles livros com capacidade para me tirar o fôlego com uma só frase certeira, criando contextos que me lançam numa exploração de mim mesma. Por vezes desesperado, por vezes cansado, António Nobre revela neste livro um assustador desprendimento à vida, um tipo de ideologia sinistramente interessante para quem lê.
Adorei este livro, não apenas pelas palavras que chegaram ao papel mas, e especialmente, pelo que elas nos deixam adivinhar sobre os sentimentos que viviam em quem as escreveu.
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Olá!!! Se o livro Sonhos de Papel é tão bom, porque deste apenas 4* e não as 5*????
ResponderExcluirOlá :)
ExcluirPorque as quatro estrelas são para livros que gostei muito mas as cinco gosto de guardar para aqueles MESMO especiais e únicos em alguma das suas facetas :) Sou forreta ;P