Destaques

0 Trilogia do Círculo

1 - A Cruz de Morrigan

Sinopse:
«Uma batalha entre as forças do bem e do mal está prestes a começar. De um lado Lilith, a vampira mais poderosa do mundo. Do outro, a deusa Morrigan, que tudo fará para a travar com o seu círculo... 
Irlanda, século XII. O feiticeiro Hoyt está destroçado pela perda do seu irmão gémeo, transformado num vampiro pela poderosa Lilith. A deusa Morrigan está determinada a enfrentar Lilith e avisa Hoyt de que chegará um dia em que se formará um círculo de seis, destinado a enfrentar Lilith e salvar a Humanidade. Hoyt usa os seus poderes para viajar à Nova Iorque dos dias de hoje onde descobre o seu irmão, um homem bem-sucedido mas frio e cínico, e pede-lhe auxílio na luta contra Lilith. Mas o círculo não está completo sem os poderes mágicos da artista Glenna Ward. Hoyt não confia na magia dela, mas ambos farão tudo para alcançar os seus objetivos. E ao enfrentarem legiões de inimigos, apercebem-se de que o amor que cresce entre ambos poderá aumentar as probabilidades de derrotarem Lilith...»

Autora: Nora Roberts
Editor: Saída de Emergência (Fevereiro, 2012)
Páginas: 352
Título Original: Morrigan's Cross (2006)


A Minha Opinião:


Mais uma vez, está em causa a destruição da Humanidade (estamos sempre na berlinda!).

…E para travar a maior batalha de sempre, a deusa Morrigan convoca aquele que será certamente o grupo de indivíduos mais desajustado. A saber: uma bruxa voluntariosa, um feiticeiro casmurro, uma croma dos livros (oops, acho que acabei de nos insultar a todos…), um rapaz com uma desmesurada autoconfiança e que se transforma em animal, uma guerreira que tem tanto de rude como de competente e um vampiro sem escrúpulos que bebe sangue de um copo.

(Uma tremenda mixórdia, se me permitem opinar livremente.)

(Muito) Compreensivelmente, estes fulanos estão apreensivos não só com a missão que lhes foi atribuída mas também uns com os outros… E no centro desta confusão, temos a bruxa moderna Glenna que, ao que parece, gosta de homens mais velhos…humm…na verdade, 1000 anos mais velhos…e o feiticeiro, Hoyt, que viajou do século XII - e ambos acabam por descobrir que até mesmo em tempo de guerra há espaço para o amor.

É certo que torci muitas vezes o nariz a este livro assim que li a sinopse (deuses? Bruxas? Feiticeiros? Vampiros?)…e confesso que se não fosse um Nora Roberts provavelmente nunca lhe teria pegado. Mas fico contente por tê-lo feito! :)

Definitivamente, este não é um dos livros que manifesta melhor a maturidade da escrita de Nora Roberts; esta acaba por transparecer numa composição mais bruta e mais incompleta e bem menos melodiosa do que aquela que lhe conhecemos, mas o talento é inegável e a forma como a autora consegue meter no meio de toda esta loucura uma história de amor que parece perfeitamente banal é de louvar.

As personagens são credíveis (dentro do contexto do livro, claro! - orgulho-me em dizer que já não acredito em feiticeiros e vampiros…mas bruxas?! Bem, que as há, há! Não sei é se têm poderes mágicos…). O casal protagonista não é particularmente notável, Hoyt pareceu-me demasiado ausente e, principalmente Glenna, trazem pouco das suas experiências passadas para a história actual. Mas todas as personagens são únicas, bem individualizadas no seu carácter, com as suas preocupações e objectivos pessoais bem estabelecidos.

Gostei que, ao contrário do habitual, Nora se tenha dedicado mais ao argumento como um todo, sem destacar tanto o envolvimento de Hoyt e Glenna deixando as outras personagens em standby. Claro que isso se repercutiu no romance, que acaba por parecer demasiado precipitado e repentino; e o cenário envolvente não ganha a consistência gráfica que é costumeira com Nora Roberts.

No geral, gostei do argumento, gostei das personagens e fiquei empolgada porque, como já nos livrámos da história dos caramelos do grupo (Glenna e Hoyt)..tenho esperança que a partir daqui seja para melhorar!

2 - O Baile dos Deuses

Sinopse:
«Tendo crescido numa família de caçadores de demónios, Blair Murphy tem os seus próprios demónios pessoais com que lidar – o pai treinou-a, mas depois abandonou-a, e o noivo afastou-se após descobrir a sua verdadeira identidade.Agora vê-se na posição de treinar um feiticeiro da Irlanda do século XII, uma bruxa de Nova Iorque, um erudito e um metamorfo da terra mítica de Geall. Para piorar as coisas, tem que se controlar para não ir à caça do sexto membro do círculo, um vampiro criado por Lilith, a rainha dos vampiros que têm de derrotar.
Não sendo mulher para fugir a uma boa luta, Blair encontra um desafio à sua altura no bonito e galante Larkin, o metamorfo.
Mas um desafio ainda maior serão os confrontos com seguidores de Lilith que irão testá-la até ao limite. Conseguirá Blair manter-se viva tempo o suficiente para derrotar o exército de Lilith? Ou irá ceder à única coisa que jurou nunca mais voltar a sentir?»

AutoraNora Roberts
EditorSaída de Emergência (Fevereiro, 2012)
Páginas: 352
Título Original: Dance of the Gods (2006)





A Minha Opinião:

Depois de Glenna e Hoyt, bruxa e feiticeiro, terem impulsionado o início de uma batalha épica entre o Bem e o Mal, neste segundo livro da Trilogia do Círculo continuamos a acompanhar o recém-formado grupo de guerreiros nos seus esforços para derrotarem a verdadeira personificação do mal: a terrível vampira Lilith e o seu exército de sugadores de sangue.

Blair, caçadora de vampiros por herança, teve que lidar desde muito cedo com a rejeição - A mãe abandonou-a e o próprio pai não tinha nada mais a oferecer-lhe para além do treino físico que lhe permitiria sobreviver ao combate contra os vampiros. Para piorar, o seu primeiro amor rejeitou-a cruelmente assim que ficou a conhecer o seu currículo de actividades não oficiais. Depois de uma vida dedicada de corpo e alma à mesma actividade que lhe roubou o consolo de uma família e a felicidade do amor, Blair tem menos de três meses para passar os seus conhecimentos de combate aos camaradas de grupo e treiná-los o melhor que conseguir, preparando-os para o conflito final.

O romance entre Blair e Larkin era conjecturável. Na verdade, desde bem cedo que os interesses românticos a desenvolver ao longo da trilogia ficaram estabelecidos… e a conclusão desta história não será também algo que nos vá surpreender. É a forma tão magnificamente intrincada que Nora Roberts nos traz magia e paranormal, romance e conflitos, modernidade e viagens no tempo que fazem esta leitura valer a pena.

Ainda assim, esta trilogia não será um dos melhores exemplos do fantástico trabalho de Nora Roberts, sempre tão atenta aos detalhes. A escrita é comparativamente fraca, sem a sua riqueza habitual mas a escritora merece definitivamente alguns pontos por sair da sua zona de conforto e arriscar-se num conceito tão singular na sua linha de trabalho.

A narrativa está bem estruturada, com a sua amena quantidade de acção e combates.

Sempre fiel aos personagens que cria, Nora traz-nos personalidades muito bem especificadas e mesmo que não gostemos delas, temos que ceder à sua magnífica caracterização. Blair, a quem eu tive grandes dificuldades em afeiçoar-me especialmente devido ao seu carácter demasiado másculo e bruto, é uma mulher decidida, com medos e inseguranças reais e válidos mas que não passa mais tempo do que aquele que é estritamente necessário a pensar nos seus problemas e não deixa certamente que isso influencia aquilo que veio até ali fazer - o que é óptimo porque não arrasta a história com as suas dúvidas e hesitações.

Larkin é tão maravilhosamente doce! Apaixonado, forte, bem-disposto e cómico, descontraído com a vida. Embora tenha sido caracterizado muito superficialmente (é comum que Nora se debruce muito sobre ambas as personagens do casal protagonista, mas em O Baile dos Deuses Larkin saiu um bocadinho a perder), Larkin não deixa de nos encantar.

Ao contrário do casal anterior (Glenna/Hoyt), o segundo casal (Blair/Larkin) traz, especialmente ela, o seu passado para a trama presente o que aprofunda mais a personagem.

O desenvolvimento do grupo, cada vez mais unido e cada vez mais concentrado na sua missão, está muito bem registado ao longo dos dois primeiros livros. Infelizmente, Hoyt mantém-se muito ausente tanto na acção como nos diálogos, mas em compensação Moira parece finalmente estar a sair do casulo e a assumir o seu papel nos acontecimentos e Cian…bem, esse está a precisar de uma boa lição!

Este grupo tão desconjuntado está aqui para nos mostrar que nem a maldade pura consegue vencer o amor, a generosidade, a compaixão ou a esperança. Muito menos quando aliados!

Uh!...e que maldade! A descrição das actividades de Lilith e do seu pseudo-filho em especial, bem como do resto do seu bando de vampiros, no covil que lhes serve de residência é tão doentia! Adoro!

Sou no entanto da opinião que os planos e objectivos futuros de Lilith podiam ter sido mais explorados. Acredito que nos daria uma sensação de ameaça real e de premência/urgência que iria credibilizar ainda mais a história.

A mudança de cenário é uma lufada de ar fresco neste segundo livro já que o círculo de seis estava praticamente isolado na casa de Cian, na Irlanda.

O final deixou-me desejosa de pegar logo no terceiro livro e seguir viagem de novo para Geall! Especialmente porque Cian é, desde o princípio, a minha personagem preferida desta trilogia, com o seu humor sardónico e arrogância intrínseca.


Frases Preferidas:
«Vou viver um dia de cada vez, as pessoas como eu olham muito para o fundo da estrada e acabam por cair no grande buraco que está mesmo à frente delas.»
«Tens mais do que uma batalha a vencer, mais do que uma demanda. E sempre, minha filha, sempre, mais do que uma escolha.»

3 - Vale do Silêncio

Sinopse:
«Uma batalha entre as forças do bem e do mal está prestes a começar. De um lado Lilith, a vampira mais poderosa do mundo. Do outro, a deusa Morrigan, que tudo fará para a travar com o seu círculo… 
Após ter viajado no tempo através do Baile dos Deuses para o antigo reino de Geall, Moira toma o seu lugar como rainha. Ao lado dos seus cinco companheiros, Moira terá que liderar os seus súbditos, na maior batalha alguma vez vista, contra o exército de vampiros de Lilith que tudo fará para destruir Geall. Moira também não esqueceu que os vampiros mataram a sua mãe e esta é a oportunidade de se vingar. Mas há um vampiro a quem confiaria a sua alma: Cian foi transformado em vampiro por Lilith há séculos, mas agora é fiel ao Círculo. Sem hesitação, irá matar outros da sua espécie, ganhando o respeito da rainha. Mas Cian quer mais do que o respeito de Moira, mesmo sabendo que esse amor o deixa vulnerável. Pois como poderá um imortal amar uma mulher que está condenada a morrer – ou pelas mãos de Lilith ou pela maldição do tempo?»

AutorNora Roberts
EditorSaída de Emergência (Agosto, 2012)
Páginas: 304
Título Original: Valley of Silence (2006)


A Minha Opinião:


«Um deles, lembrais-vos, já não era humano, mas sim vampiro. Todos os dias, todas as noites do tempo que lhes fora concedido, ele era recordado do facto de já não ser humano. Não era mais do que uma sombra dos mundos que escolhera proteger. - Então - contou o velho - o vampiro sonhava.»

A conclusão da Trilogia do Círculo, O Vale do Silêncio, traz-nos finalmente a história de Cian, o vampiro, e Moira a futura rainha de Geall. 

Do círculo de personagens criado por Nora Roberts, esta dupla revelou-se a mais atrativa, embora a irreverência a que Cian nos habituou nos livros anteriores esteja aqui um bocadinho esbatida. 

Este é um vampiro que não se queixa do seu destino, limitando-se a aceitar e desfrutar aquilo que é. Por seu lado, Moira tornou-se numa rainha forte e feroz; uma guerreira decidida a conduzir com pulso forte o seu povo até à batalha final entre trevas e luz, uma dança brutal e sangrenta de vida contra morte. Esta personagem, tão tímida a início, revelou-se numa óptima surpresa que Roberts nos guardou para o final. Em constante mudança, Moira ora é acanhada e insegura ora é uma mulher confiante que sabe bem o que quer...e como o obter. 

Os três livros unem-se para criar uma fantástica história de medo e coragem, amor e amizade, batalhas interiores, triunfos e perda...sacrifício. Apesar da ansiedade que paira com o aproximar da batalha final e da necessidade que estas personagens têm em permanecer fortes, Roberts criou uma história de amor muito doce…e sofrida - Moira e Cian nunca poderão ficar juntos, ela é humana e ele é uma criatura das trevas…o que não quer dizer que não tenha capacidade para amar…com tudo aquilo que é e com tudo aquilo que não pode ser. 

O desenvolvimento das personagens, tanto individualmente como no conjunto, está muito bem conseguido por parte da autora - é possível observar a evolução do nível de sintonia entre todo o grupo à medida que pequenos episódios pessoais vão conhecendo resolução. 

Dos três, O Vale do Silêncio é o meu preferido; não apenas porque as personagens são as minhas favoritas de todos os seis mas também porque a habitual escrita harmoniosa e bem ponderada de Roberts está de volta neste terceiro livro, depois de ter estado ligeiramente ausente nos outros dois. 

A ansiedade e o pânico que se sente à medida que o círculo caminha para o fim é transmitido ao leitor de forma muito competente, culminando numa cena de guerra muito electrizante e excitante. 

Em resumo, penso que Nora Roberts conseguiu criar uma trilogia bastante curiosa, interessante e original, bastante fora do âmbito em que é costume trabalhar, provando, mais uma vez, o seu enorme talento.

Frases Preferidas

«Sinto a falta dos livros, do seu silêncio.»
«Ela brilhava, como as rainhas devem, como as mulheres conseguem» 
«Os sentimentos causam dor, durante a maior parte do tempo.»




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