0 O que ando a ler...Maio 2014
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O Que Ando a Ler
Preferidos do Mês:
1. Sensibilidade e Bom Senso: 5★
2. Coração de Cão: 5★
3. A Grande Revelação: 4★
4. O Olhar de Sophie: 4★
5. Contos Escolhidos: 4★
6. Ligeiramente Perverso: 4★
7. Tenho o Direito de Me Destruir: 3★
8. Canadá: 3★
9. Cidades da Noite Vermelha: 2★
10. A Verdade nos Olhos: 1★
'Sensibilidade e Bom Senso' (Jane Austen) e 'Coração de Cão' (Mikhail Bulgakov - Aletheia) foram os meus preferidos deste mês, por motivos bem diferentes. Um delicado o outro bastante grosseiro, mas ambos muito ricos em conteúdo, tal como 'Contos Escolhidos' (Anton Chekhov - Civilização), uma selecção de contos de Chekhov, cada um com um tema muito interessante para explorar.
Os romances históricos deste mês, o divertido 'A Grande Revelação' (Julia Quinn - ASA) da série Bridgerton, o sensual 'Ligeiramente Perverso' (Mary Balogh - ASA) da saga Bedwyn e 'O Olhar de Sophie' (Jojo Moyes - Porto Editora), que nos apresenta uma mulher corajosa em tempos de guerra, foram todos leituras muito agradáveis!
Gostei de 'Canadá' (Richard Ford - Porto Editora) e de 'Tenho o Direito de Me Destruir' (Kim Young-Ha - Teorema) embora esperasse mais de ambos, especialmente do último...
William S. Burroughs, autor de 'Cidades da Noite Vermelha' (Quetzal) é genial, bem como a sua escrita, mas o livro revelou-se demasiado alucinado para mim. O único que não gostei mesmo, pelo motivo inverso ao anterior, já que foi o autor que me impediu de tirar prazer da leitura, foi o thriller 'A Verdade nos Olhos' (Harlan Coben - Editorial Presença)
31 de Maio
A Verdade nos Olhos: 1★
Não sei qual é exatamente o meu problema com Harlan Coben, um autor de renome que parece agradar bastante à generalidade dos leitores.
A investigação por detrás do enredo, que o fundamente, parece-me muito pobre e insatisfatória. As 'piadolas' ridículas que, para mim, raramente funcionam, levam-me a desenvolver uma certa impaciência para com os personagens. A descrição do carácter destes personagens não parece corresponder às suas escolhas /ações. Para onde quer que olhe só vejo clichés. O desenvolvimento do enredo é frustrante: estamos uma eternidade às voltas no ponto A e de repente já estamos no ponto B e nem percebemos bem como. Os diálogos pareceram-me sem nexo na sua grande maioria, mal desenvolvidos e recorrentemente desnecessários e 'infantilóides'.
Sei que a história, na sua base, não é má e tem bastante potencial…mas este aglomerado de 'problemas' impediu-me de a apreciar pelo que talvez seja.
Cidades da Noite Vermelha: 2★
Cidades da Noite Vermelha terá necessariamente que ser um dos livros mais confusos, estranhos e repulsivos que eu já li… É também um livro que eu não gostei de ler…
As narrativas tornam-se cada vez mais caóticas e bizarras até um final do qual é muito difícil tirar algum sentido.
Não foi sua violência visceral, fulgurantes descrições homo-eróticas ou atmosfera grotesca de luxúria e depravação que me afastaram do livro. Pelo contrário, é através desta loucura que Burroughs se patenteia como um escritor possante, intenso, enérgico e desafiante, criando uma sátira poderosamente artística.
Sem apelar necessariamente à lógica, a prosa de Burroughs é muito exigente e o seu conteúdo muito variado, combinando elementos do fantástico com ficção científica.
É na realidade uma obra única. Uma daquelas que se lêem pela experiência que representa ...E é aqui que se esconde o motivo pelo qual eu não apreciei esta leitura: não gostei particularmente da experiência.
Contos Escolhidos: 4★
Como introdução ao trabalho de Chekhov, Contos Escolhidos, uma selecção de contos editada pela Civilização, revelou-se uma óptima escolha!
Através de uma prosa simples e recorrendo a um vocabulário descomplicado, Chekhov descreve os seus personagens de forma objectiva, nas suas banais actividades do quotidiano.
Mantendo-se neutro durante grande parte da viagem, o autor limita-se a uma descrição honesta e natural das vidas alheias, chegando-nos apenas um zumbido das verdadeiras implicações. Ao confiar desta forma no critério pessoal do leitor, Chekhov criou uma série de contos que podem ser pequenos em tamanho mas cujo conteúdo nos permite argumentar por horas.
16 de Maio
A Grande Revelação: 4★
Cheio de humor e boa disposição, diálogos divertidos e uma diligência narrativa espetacular A Grande Revelação é mais um sucesso para a série Bridgerton.
Julia Quinn conseguiu levar-me a gostar de Colin, com quem não simpatizava particularmente enquanto me manteve entretida a ver Penelope desabrochar, damas e cavalheiros a tremer perante a muito indelicada (mas um regalo para o leitor!) Lady Danbury, o adiantamento nas vidas de outros Bridgerton que já encontraram o seu caminho e as muito misteriosas recentes atividades de Eloise Bridgerton! …Tudo isto, claro, enquanto roía as unhas de ansiedade para saber QUEM É AFINAL Lady Whistledown!
Por tudo isto A Grande Revelação é um livro fantástico que mistura romance, humor e intriga em doses perfeitas!
Canadá: 3★
Canadá contrapõe destino e livre arbítrio, avaliando como a combinação de ambos encaminha as nossas vidas num determinado sentido, levando-nos a atravessar várias fronteiras, sejam elas físicas, emocionais ou morais.
Apesar de muito bem escrito, a leitura de Canadá revelou-se frustrante em algumas alturas devido à lentidão de desenvolvimento, às descrições desnecessariamente extensas e à repetição de argumentos. Mas tirando esta falta de desenvoltura na narração dos acontecimentos, Canadá é a interessante partilha de recordações e introspeções de Dell, agora com 65 anos de idade, em relação ao rumo que a sua vida tomou a partir do assalto, quando ele tinha 15 anos.
Ligeiramente Perverso: 4★
Gostei bastante de 'Ligeiramente Perverso', como já tinha gostado de 'Ligeiramente Casados'… e não vou deixar de acompanhar os Bedwyn!
Balogh convenceu-me logo nos primeiros capítulos que esta seria uma aventura bem prazerosa…e com alguns percalços pelo caminho! A autora criou personagens que nos divertem, personagens que nos irritam, personagens que nos enojam e personagens verdadeiramente apaixonantes.
Um romance que se desenvolve numa época muito interessante, bem desenvolvido e cuidadosamente construído, que dá continuação à saga dos desregrados, arrogantes e frios irmãos Bedwyn. A existência dos livros anteriores ajuda-nos a entrar na história bem depressa e a apreciá-la logo desde o seu início, além de criar uma sensação de familiaridade para com algumas personagens.
12 de Maio
Sensibilidade e Bom Senso: 5★
Sensibilidade e Bom Senso pode não ser considerado um dos romances mais brilhantes de Jane Austen mas a interessante dicotomia entre estas duas formas de estar na vida - sensata ou emotiva - acabou por o tornar um dos meus favoritos!
Gostei muito deste livro, obrigou-me a estar atenta aos comportamentos diretos e indiretos dos personagens, a colocá-los em perspetiva e a observar que tipo de reação levava ao sucesso ou ao fracasso. A escrita é absolutamente encantadora - perspicaz mas poética, com uma beleza funcional que não se destina apenas a encantar o leitor…embora, claro, acabe por fazê-lo!
Coração de Cão: 5★
Em poucas cenas e através de um enredo aparentemente desatinado, Bulgakov criou em 'Coração de Cão' uma sátira política e social mordaz que explora possibilidades incríveis sobre a psique humana, a aplicação da engenharia genética no melhoramento da espécie e no seu rejuvenescimento enquanto registava as mudanças à sua volta, na Rússia dos anos 20.
Os meus livros preferidos tendem a ser aqueles mais alucinados, com um sentido de humor muito próprio, envolto numa melancolia penetrante. Livros pequenos mas carregados de significado, onde o fantástico é manobrado com um realismo assustador, enraizado no quotidiano; livros que exigem interpretação, deixando-me a pensar neles durante vários dias depois de os terminar, a desenterrar novos pontos de interesse conforme o ângulo que decida olhar para eles. 'Coração de Cão' é um desses livros, com a adição de que, quando colocado em contexto histórico, tem um impacto extraordinário!
O Olhar de Sophie: 4★
Mais do que a história de um quadro, O Olhar de Sophie é a história de uma família, dos seus segredos e transgressões.
Sophie é uma personagem apaixonante! Gostei imenso de ler sobre a ocupação alemã, sobre o tipo de exigências cruéis feitas aos franceses e o desrespeito e o ódio que os alemães tinham por estes cidadãos numa altura em que as pessoas eram condenadas por tentarem ser humanas e os próprios conterrâneos se revelavam intolerantes e injustos para com os seus.
Moyes consegue transmitir muito bem ao leitor tanto os sentimentos das personagens, através de diálogos e linguagem corporal, como o ambiente que os rodeia. Conseguimos sentir a revolta crescente e frustração de Aurélian, o medo de Heléne, a esperança e otimismo de Sophie, a dor e solidão de Liv…
Tenho o Direito de Me Destruir: 3★
Divido Tenho o Direito de Me Destruir em dois elementos base, o narrador e a história que ele partilha. Adoro o narrador, mas já não posso dizer o mesmo da história…
Adoro o narrador porque este é perspicazmente perverso, misterioso, impiedoso, lúgubre e trágico…ou talvez, e infelizmente (assustadoramente?!) realista e fatual... É também interessante que Kim Young-ha tenha tornado a personagem anónima, sobre a qual quase nada sabemos, na mais cativante do livro.
Gostei imenso da forma como esta esquiva personagem estuda o ser humano, partilhando momentos refletivos de grande interesse…e penso que isso faz o livro valer bem a pena.
2. Coração de Cão: 5★
3. A Grande Revelação: 4★
4. O Olhar de Sophie: 4★
5. Contos Escolhidos: 4★
6. Ligeiramente Perverso: 4★
7. Tenho o Direito de Me Destruir: 3★
8. Canadá: 3★
9. Cidades da Noite Vermelha: 2★
10. A Verdade nos Olhos: 1★
'Sensibilidade e Bom Senso' (Jane Austen) e 'Coração de Cão' (Mikhail Bulgakov - Aletheia) foram os meus preferidos deste mês, por motivos bem diferentes. Um delicado o outro bastante grosseiro, mas ambos muito ricos em conteúdo, tal como 'Contos Escolhidos' (Anton Chekhov - Civilização), uma selecção de contos de Chekhov, cada um com um tema muito interessante para explorar.
Os romances históricos deste mês, o divertido 'A Grande Revelação' (Julia Quinn - ASA) da série Bridgerton, o sensual 'Ligeiramente Perverso' (Mary Balogh - ASA) da saga Bedwyn e 'O Olhar de Sophie' (Jojo Moyes - Porto Editora), que nos apresenta uma mulher corajosa em tempos de guerra, foram todos leituras muito agradáveis!
Gostei de 'Canadá' (Richard Ford - Porto Editora) e de 'Tenho o Direito de Me Destruir' (Kim Young-Ha - Teorema) embora esperasse mais de ambos, especialmente do último...
William S. Burroughs, autor de 'Cidades da Noite Vermelha' (Quetzal) é genial, bem como a sua escrita, mas o livro revelou-se demasiado alucinado para mim. O único que não gostei mesmo, pelo motivo inverso ao anterior, já que foi o autor que me impediu de tirar prazer da leitura, foi o thriller 'A Verdade nos Olhos' (Harlan Coben - Editorial Presença)
31 de Maio
A Verdade nos Olhos: 1★
Não sei qual é exatamente o meu problema com Harlan Coben, um autor de renome que parece agradar bastante à generalidade dos leitores.
A investigação por detrás do enredo, que o fundamente, parece-me muito pobre e insatisfatória. As 'piadolas' ridículas que, para mim, raramente funcionam, levam-me a desenvolver uma certa impaciência para com os personagens. A descrição do carácter destes personagens não parece corresponder às suas escolhas /ações. Para onde quer que olhe só vejo clichés. O desenvolvimento do enredo é frustrante: estamos uma eternidade às voltas no ponto A e de repente já estamos no ponto B e nem percebemos bem como. Os diálogos pareceram-me sem nexo na sua grande maioria, mal desenvolvidos e recorrentemente desnecessários e 'infantilóides'.
Sei que a história, na sua base, não é má e tem bastante potencial…mas este aglomerado de 'problemas' impediu-me de a apreciar pelo que talvez seja.
Cidades da Noite Vermelha: 2★
Cidades da Noite Vermelha terá necessariamente que ser um dos livros mais confusos, estranhos e repulsivos que eu já li… É também um livro que eu não gostei de ler…
As narrativas tornam-se cada vez mais caóticas e bizarras até um final do qual é muito difícil tirar algum sentido.
Não foi sua violência visceral, fulgurantes descrições homo-eróticas ou atmosfera grotesca de luxúria e depravação que me afastaram do livro. Pelo contrário, é através desta loucura que Burroughs se patenteia como um escritor possante, intenso, enérgico e desafiante, criando uma sátira poderosamente artística.
Sem apelar necessariamente à lógica, a prosa de Burroughs é muito exigente e o seu conteúdo muito variado, combinando elementos do fantástico com ficção científica.
É na realidade uma obra única. Uma daquelas que se lêem pela experiência que representa ...E é aqui que se esconde o motivo pelo qual eu não apreciei esta leitura: não gostei particularmente da experiência.
Contos Escolhidos: 4★
Como introdução ao trabalho de Chekhov, Contos Escolhidos, uma selecção de contos editada pela Civilização, revelou-se uma óptima escolha!
Através de uma prosa simples e recorrendo a um vocabulário descomplicado, Chekhov descreve os seus personagens de forma objectiva, nas suas banais actividades do quotidiano.
Mantendo-se neutro durante grande parte da viagem, o autor limita-se a uma descrição honesta e natural das vidas alheias, chegando-nos apenas um zumbido das verdadeiras implicações. Ao confiar desta forma no critério pessoal do leitor, Chekhov criou uma série de contos que podem ser pequenos em tamanho mas cujo conteúdo nos permite argumentar por horas.
16 de Maio
A Grande Revelação: 4★
Cheio de humor e boa disposição, diálogos divertidos e uma diligência narrativa espetacular A Grande Revelação é mais um sucesso para a série Bridgerton.
Julia Quinn conseguiu levar-me a gostar de Colin, com quem não simpatizava particularmente enquanto me manteve entretida a ver Penelope desabrochar, damas e cavalheiros a tremer perante a muito indelicada (mas um regalo para o leitor!) Lady Danbury, o adiantamento nas vidas de outros Bridgerton que já encontraram o seu caminho e as muito misteriosas recentes atividades de Eloise Bridgerton! …Tudo isto, claro, enquanto roía as unhas de ansiedade para saber QUEM É AFINAL Lady Whistledown!
Por tudo isto A Grande Revelação é um livro fantástico que mistura romance, humor e intriga em doses perfeitas!
Canadá: 3★
Canadá contrapõe destino e livre arbítrio, avaliando como a combinação de ambos encaminha as nossas vidas num determinado sentido, levando-nos a atravessar várias fronteiras, sejam elas físicas, emocionais ou morais.
Apesar de muito bem escrito, a leitura de Canadá revelou-se frustrante em algumas alturas devido à lentidão de desenvolvimento, às descrições desnecessariamente extensas e à repetição de argumentos. Mas tirando esta falta de desenvoltura na narração dos acontecimentos, Canadá é a interessante partilha de recordações e introspeções de Dell, agora com 65 anos de idade, em relação ao rumo que a sua vida tomou a partir do assalto, quando ele tinha 15 anos.
Ligeiramente Perverso: 4★
Gostei bastante de 'Ligeiramente Perverso', como já tinha gostado de 'Ligeiramente Casados'… e não vou deixar de acompanhar os Bedwyn!
Balogh convenceu-me logo nos primeiros capítulos que esta seria uma aventura bem prazerosa…e com alguns percalços pelo caminho! A autora criou personagens que nos divertem, personagens que nos irritam, personagens que nos enojam e personagens verdadeiramente apaixonantes.
Um romance que se desenvolve numa época muito interessante, bem desenvolvido e cuidadosamente construído, que dá continuação à saga dos desregrados, arrogantes e frios irmãos Bedwyn. A existência dos livros anteriores ajuda-nos a entrar na história bem depressa e a apreciá-la logo desde o seu início, além de criar uma sensação de familiaridade para com algumas personagens.
12 de Maio
Sensibilidade e Bom Senso: 5★
Sensibilidade e Bom Senso pode não ser considerado um dos romances mais brilhantes de Jane Austen mas a interessante dicotomia entre estas duas formas de estar na vida - sensata ou emotiva - acabou por o tornar um dos meus favoritos!
Gostei muito deste livro, obrigou-me a estar atenta aos comportamentos diretos e indiretos dos personagens, a colocá-los em perspetiva e a observar que tipo de reação levava ao sucesso ou ao fracasso. A escrita é absolutamente encantadora - perspicaz mas poética, com uma beleza funcional que não se destina apenas a encantar o leitor…embora, claro, acabe por fazê-lo!
Coração de Cão: 5★
Em poucas cenas e através de um enredo aparentemente desatinado, Bulgakov criou em 'Coração de Cão' uma sátira política e social mordaz que explora possibilidades incríveis sobre a psique humana, a aplicação da engenharia genética no melhoramento da espécie e no seu rejuvenescimento enquanto registava as mudanças à sua volta, na Rússia dos anos 20.
Os meus livros preferidos tendem a ser aqueles mais alucinados, com um sentido de humor muito próprio, envolto numa melancolia penetrante. Livros pequenos mas carregados de significado, onde o fantástico é manobrado com um realismo assustador, enraizado no quotidiano; livros que exigem interpretação, deixando-me a pensar neles durante vários dias depois de os terminar, a desenterrar novos pontos de interesse conforme o ângulo que decida olhar para eles. 'Coração de Cão' é um desses livros, com a adição de que, quando colocado em contexto histórico, tem um impacto extraordinário!
O Olhar de Sophie: 4★
Mais do que a história de um quadro, O Olhar de Sophie é a história de uma família, dos seus segredos e transgressões.
Sophie é uma personagem apaixonante! Gostei imenso de ler sobre a ocupação alemã, sobre o tipo de exigências cruéis feitas aos franceses e o desrespeito e o ódio que os alemães tinham por estes cidadãos numa altura em que as pessoas eram condenadas por tentarem ser humanas e os próprios conterrâneos se revelavam intolerantes e injustos para com os seus.
Moyes consegue transmitir muito bem ao leitor tanto os sentimentos das personagens, através de diálogos e linguagem corporal, como o ambiente que os rodeia. Conseguimos sentir a revolta crescente e frustração de Aurélian, o medo de Heléne, a esperança e otimismo de Sophie, a dor e solidão de Liv…
Tenho o Direito de Me Destruir: 3★
Divido Tenho o Direito de Me Destruir em dois elementos base, o narrador e a história que ele partilha. Adoro o narrador, mas já não posso dizer o mesmo da história…
Adoro o narrador porque este é perspicazmente perverso, misterioso, impiedoso, lúgubre e trágico…ou talvez, e infelizmente (assustadoramente?!) realista e fatual... É também interessante que Kim Young-ha tenha tornado a personagem anónima, sobre a qual quase nada sabemos, na mais cativante do livro.
Gostei imenso da forma como esta esquiva personagem estuda o ser humano, partilhando momentos refletivos de grande interesse…e penso que isso faz o livro valer bem a pena.
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