0 Mário e o Mágico
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Thomas Mann
Um pai anónimo conta-nos o conturbado início de férias da sua família numa estância balnear italiana, em finais dos anos 1920.
Desde que chegaram que repara serem tratados de forma desagradável devido à sua condição de estrangeiros, observando o ambiente oprimente e de crescente nacionalismo que os rodeia. Este vem à tona quando um acontecimento inocente toma as proporções de um escândalo, precipitando o fim da viagem da família.
No entanto, antes de terminarem a sua estada, um mágico chega à pequena localidade, anunciando o seu espetáculo. Este parece ser uma boa oportunidade de divertimento para as crianças, que se mostram entusiasmadas com a ideia. Mas o suposto entretenimento de leve não tem nada. Cavaliere Cipolla, como é anunciado nos cartazes, não é um mágico vulgar mas uma espécie de hipnotizador, um mestre nas «artes ocultas» - ele tem a capacidade de manipular e humilhar as pessoas apenas com a força da sua vontade, sendo o poder e controlo que exerce sobre o seu pequeno público comparável ao dos ditadores sobre as massas.
Ao mesmo tempo ofensivo e intrigante, o diabólico Cipolla repulsa e cativa o público até ao fim da sua exibição, que termina de forma surpreendente e inesperada.
Autor: Thomas Mann
Editor: Dom Quixote (Fevereiro, 2014)
Género: Romance
Páginas: 112
Sobre o autor...
PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1929
Escritor de língua alemã, Thomas Mann nasceu em Lübeck, em 1875, numa família burguesa opulenta, domiciliada naquela cidade do Schleswig-Holstein. Era irmão do notável escritor Heinrich Mann e pai do historiador Golo Mann.
Os desejos de liberdade plena cedo o levaram a manifestar-se em favor do regime republicano e da democracia, dando provas claras desse seu liberalismo no romance Os Buddenbrook, uma análise psico-realista da burguesia decadente, que publicou em 1901, quando tinha apenas vinte e cinco anos, e que lhe conferiu considerável notoriedade no mundo da literatura. Neste romance aflora já claramente o jogo das antíteses, traço característico das suas análises psicológicas e psicossociais, como burguês e artista, vida e espírito, doença e génio, coletivo e individual, que vieram a tornar-se evidentes nos romances Tristão (1903), Tónio Kröger (1903) e Morte em Veneza (1912).
Tendo sofrido influência da filosofia de Nietzsche (1844-1900) e de Schopenhauer (1788-1860), Thomas Mann revela-se, de modo especial, como romancista de caracteres doentios e decadentes, e passa a ser considerado como mestre do romance psicológico e da novela psicológica.
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