3 A Música do Silêncio + Opinião
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4 estrelas,
5 estrelas,
Patrick Rothfuss
O Nome Do Vento
Crónica do Regicida #1
Esta é a história de um jovem extremamente dotado em artes mágicas e que se virá a tornar o mais famoso feiticeiro que o mundo alguma vez conheceu. Da infância como membro de uma família unida de nómadas Edema Ruh até à provaçã o dos primeiros dias como aluno de magia numa universidade prestigiada, o humilde estalajadeiro Kvothe relata a história de como um rapaz desfavorecido pelo destino se torna um herói, um bardo, um mago e uma lenda. O primeiro romance de Rothfuss lança uma trilogia relatando não apenas a história da Humanidade, mas também a história de um mundo ameaçado por um mal cuja existência nega de forma desesperada. O autor explora o desenvolvimento de uma personalidade enquanto examina a relação entre a lenda e a sua verdade, a verdade que reside no coração das histórias»
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Edições Gailivro (2009)
Páginas: 976
Original: The Name Of The Wind (The Kingkiller Chronicle #1)
Frases do Livro:
«Um poeta é um músico incapaz de cantar.»
«(...) as mentes de alguns homens são alvos dolorosamente pequenos.»
«Quem conseguir encontrar alguém assim, alguém a quem se possa abraçar e com quem se possa fechar os olhos ao mundo, terá sorte. Mesmo qye dure apenas um minuto ou um dia.»
«Todas as histórias são verdadeiras - retorquiu Skarpi - mas esta aconteceu realmente.»
«Estava demasiado imundo para alojar qualquer piolho com amor-próprio.»
«É frequente que o medo seja gerado pela ignorância.»
«Havia dois pares de portas duplas na antecâmara, uma com a inscrição DEPÓSITO e a outra com a inscrição TOMOS. Não sabendo qual a diferença entre elas, dirigi-me para as portas que diziam depósito. Era o que eu queria. Um depósito de livros. Grandes montanhas de livros. Estantes intermináveis de livros.»
«Ou seja, dava-me corda suficiente para me enforcar. Aparentemente, não percebeu que, depois de atado o nó, serve em qualquer pescoço.»
«Mijemos na etiqueta - exclamou Threpe. - A etiqueta é um conjunto de regras que as pessoas usam para poderem ser rudes umas com as outras em público.»
«Falara demasiado. Não dissera o suficiente»»
«Como era jovem. Como era tolo. Como era sábio.»
O Medo do Homem Sábio
Crónica do Regicida #2
Ao mesmo tempo, Kvothe procura respostas, na tentativa de descobrir a verdade sobre os misteriosos Amyr, os Chandrian e a morte da sua família. Ao longo do caminho Kvothe é levado a julgamento pelos lendários mercenários Adem, é forçado a defender a honra dos Edema Ruh e viaja até ao reino de Fae. Lá encontra Felurian, a mulher fae a que nenhum homem consegue resistir, e a quem nenhum homem sobreviveu… até aparecer Kvothe»
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Edições ASA (2011)
Páginas: 704 + 688
Original: The Wise Man's Fear (The Kingkiller Chronicle #2)
Frases dos Livros:
«Metade de parecer esperto consiste em manter a boca fechada nos momentos certos.»
«O meu encolher de ombros envergonhou o seu. Parecia tão diferente que deixaria um gato nervoso.»
«É esse o problema - interrompi. - É simpático. É gentil e as pessoas veem isso como uma fraqueza. E é feliz, o que as pessoas veem como sinal de estupidez.»
«Evitava o assunto da mesma forma que um aleijado aprende a não se apoiar na perna doente.»
A Minha Opinião:
Um conselho: não se deixem intimidar pelo tamanho destes livros, a sua leitura flui tão bem quanto manteiga em pão quente.
Simplesmente cativante, estes livros obrigam-nos a lê-los com uma sofreguidão desesperante, roubando-nos o fôlego até o terminarmos...ainda assim, insatisfeitos e a ansiar por mais.
Abri-los é viajar!
Não fosse os seus tamanhos, tê-los-ia levado sempre comigo para onde fosse, retomando a leitura mal se abrisse uma brecha, nem que fosse apenas de 5 minutos.
O vício de ler é meu parceiro há muitos anos, mas não é sempre que me consome desta forma. Não é sempre que lhe cedo completamente - fossem todos os livros assim, fossem todos os escritores Rothfuss, e eu estaria perdida.
Absolutamente mágico, o primeiro volume da trilogia («O Nome do Vento») apresenta-nos Kvothe pela primeira vez, juntamente com personagens amravilhosas que continuaremos a seguir nos livros seguintes e todo um mundo fantasticamente complexo e absurdamente bem estruturado.
Mas não é apenas por transbordar de originalidade ou por relatar uma história formidavelmente interessante e intrigante que esta leitura é colossal - a escrita de Rothfuss não é deste mundo!
Ler as suas palavras é como lamber mel. A sua capacidade descritiva vai muito além do agradável - é soberba. Recordo particularmente em «O Nome do Vento» a descrição dos Chandrian quando estes surgem pela primeira vez - é perfeita! As histórias contadas tanto por Skarpi como por Trapis estão muito bem concebidas.
Não há partes medíocres nestes livros. O humor sardónico de Rothfuss faz as nossas delícias, e o escritor torna toda esta fantasia o mais real possível.
O gosto de Rothfuss por alquimia só pode ter-se estendido até à sua escrita - trabalhando as letras como elementos base forma palavras que nos transportam no tempo e no espaço e a conformação final destas mesmas palavra produz uma história que nos envolve como nevoeiro espesso.
Lamento apenas que da tradução do primeiro volume para a parte 1 e 2 do segundo volume a frase de Teccan tenha sido alterada (a frase que faz parte da capa de «O Medo do Homem Sábio»)...e se esta é a única crítica que tenho a fazer penso que já conseguem ter uma óptima ideia sobre a qualidade destes livros...
Adiciono apenas um pormenor que me deliciou pessoalmente - a tradução do capítulo "Puorcos" em «O Nome do Vento»...está divina! A interpretação pessoal leva aqui a cabo pelo tradutor é delirantemente magnífica!
Escusado será dizer que aguardo ansiosamente a publicação do "terceiro" volume desta trilogia!
A Música do Silêncio
Crónica do Regicida #2.5
Sob a Universidade há um lugar escuro. Poucas pessoas sabem da sua existência: uma rede descontínua de túneis antigos, corredores serpenteantes e salas abandonadas. Ali, no meio desse local esquecido, situado no coração dos Subterrâneos, vive uma jovem.
O seu nome é Auri, e é uma jovem cheia de segredos. A Música do Silêncio é um vislumbre breve e agridoce da sua vida, uma pequena aventura só dela. Ao mesmo tempo alegre e inquietante, esta história oferece-nos a oportunidade de ver o mundo pelos olhos de Auri. E dá-nos a oportunidade de conhecer algumas coisas que só ela sabe...
Neste livro, Patrick Rothfuss leva-nos ao mundo de uma das personagens mais enigmáticas da série «A Crónica do Regicida». Repleto de segredos e mistérios, A Música do Silêncio é uma narrativa sobre uma jovem ferida a tentar viver num mundo destruído.
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Edições ASA (Abril, 2015)
Páginas: 176
Original: The Slow Regard of Silent Things (2014) [Goodreads]
My rating: 4 of 5 stars
Pode uma prosa lindíssima compensar por um enredo praticamente inexistente? Patrick Rothfuss acabou de me provar que sim.
Este é um livro diferente; um livro para ler pelo simples prazer de ler, pela harmonia da escrita, pela perspicácia aplicada a cada frase. Mais do que nunca, apercebi-me de como Patrick provoca os nossos sentidos, recorrendo a adjectivos muito pouco prováveis mas que encaixam na perfeição e que acabam por nos oferecer uma descrição estranhamente exacta.
Em A Música do Silêncio seguimos de perto as actividades de Auri, personagem que tanto me intrigou nos livros anteriores. Auri procura constantemente equilibrar o seu mundo através da meticulosa disposição dos objectos com que se cruza, recorrendo a uma lógica muito pessoal. Vagueia pelas profundezas da Universidade em busca do local perfeito para cada um destes objectos.
Muito intuitiva e inteligente, Auri convive com a solidão humanizando objectos. Poderíamos julgá-la, se não vivêssemos normalmente o inverso: objectivamos humanos sem parar para pensar que, tal como os objectos de Auri, as energias e disposições destas pessoas que compõem o cenário do nosso quotidiano acaba por interferir e contaminar, positiva ou negativamente, as nossas.
Adorei os outros livros e não podia deixar de apreciar este. Não é, concordo, um livro para todos. Mas acontece que é um livro para mim.
Frases Preferidas
«O que parecia não constituía metade do que as coisas eram
realmente» (p. 67)
«Ser tão encantadora e tão perdida. Estar tão cheia de respostas,
com todo esse conhecimento preso no interior. Ser bela e partida.» (p.74)
«Quão terrível seria viver rodeada pelo vazio duro e afiado
das coisas que eram apenas suficientes?» (p. 125)
«Sorriu. À sua volta, tudo era adequado e verdadeiro. Sabia exactamente
onde estava. Estava precisamente onde devia estar.» (p. 161)
Autor: Patrick Rothfuss
Editora: Edições ASA (Abril, 2015)
Páginas: 176
Original: The Slow Regard of Silent Things (2014) [Goodreads]
My rating: 4 of 5 stars
Pode uma prosa lindíssima compensar por um enredo praticamente inexistente? Patrick Rothfuss acabou de me provar que sim.
Este é um livro diferente; um livro para ler pelo simples prazer de ler, pela harmonia da escrita, pela perspicácia aplicada a cada frase. Mais do que nunca, apercebi-me de como Patrick provoca os nossos sentidos, recorrendo a adjectivos muito pouco prováveis mas que encaixam na perfeição e que acabam por nos oferecer uma descrição estranhamente exacta.
Em A Música do Silêncio seguimos de perto as actividades de Auri, personagem que tanto me intrigou nos livros anteriores. Auri procura constantemente equilibrar o seu mundo através da meticulosa disposição dos objectos com que se cruza, recorrendo a uma lógica muito pessoal. Vagueia pelas profundezas da Universidade em busca do local perfeito para cada um destes objectos.
Muito intuitiva e inteligente, Auri convive com a solidão humanizando objectos. Poderíamos julgá-la, se não vivêssemos normalmente o inverso: objectivamos humanos sem parar para pensar que, tal como os objectos de Auri, as energias e disposições destas pessoas que compõem o cenário do nosso quotidiano acaba por interferir e contaminar, positiva ou negativamente, as nossas.
Adorei os outros livros e não podia deixar de apreciar este. Não é, concordo, um livro para todos. Mas acontece que é um livro para mim.
Frases Preferidas
«O que parecia não constituía metade do que as coisas eram realmente» (p. 67)
«Ser tão encantadora e tão perdida. Estar tão cheia de respostas, com todo esse conhecimento preso no interior. Ser bela e partida.» (p.74)
«Quão terrível seria viver rodeada pelo vazio duro e afiado das coisas que eram apenas suficientes?» (p. 125)
«Sorriu. À sua volta, tudo era adequado e verdadeiro. Sabia exactamente onde estava. Estava precisamente onde devia estar.» (p. 161)
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Faço das suas as minhas palavras. Um dos melhores livros de fantasia que eu já li, se não for o melhor. Já os li várias vezes, e procurei dezenas de outros livros que pudessem me propiciar o mesmo nível de envolvimento que Rothfuss conseguiu. Não ando tendo muita sorte, alguma sugestão?
ResponderExcluirA ultima frase da musica do silêncio em que pagina é?
ResponderExcluirNa minha edição (ASA - 1ª edição . abril de 2015) está no último parágrafo da página 161
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