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0 O Autor: Almeida Garrett

Biografia de Almeida Garrett,

Almeida Garrett (João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett ) nasceu no Porto em 1800, filho de António Bernardo da Silva Garrett, Selador Mor da Alfândega do Porto, e Ana Augusta de Almeida Leitão. Passou a sua infância em Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia) e foi viver para os Açores na adolescência, na Ilha Terceira, quando as tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal. Aqui, foi instruído pelo tio, D. Alexandre, bispo de Angra. 

Em 1816 foi para Lisboa, onde acabou por se matricular no curso de Direito. Em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que lhe valeu um processo por ser considerado materialista, ateu e imoral. 

Participou na revolução liberal de 1820 e de seguida foi para o exílio em Inglaterra, após a Vilafrancada. Antes casou-se com uma muito jovem senhora Luísa Midosi, que tinha apenas 14 anos. Foi em Inglaterra que tomou contacto com o movimento romântico, descobrindo Shakespeare, Walter Scott e outros, visitando castelos e ruínas que se refletiriam na sua obra. 

Em 1824, parte para França escrevendo Camões e Dona Branca, considerados como as primeiras obras da literatura romântica em Portugal

Já em 1826 regressa a Portugal e dedica-se ao jornalismo, fundando e dirigindo o jornal diário O Português (1826-1827) e o semanário O Cronista (1827). 

Com o regresso de D. Miguel, foi obrigado a abandonar novamente o país em, em 1828, perdeu a sua filha recém-nascida. Em Inglaterra, publica Adozinda nesse mesmo ano. Tomou parte no Desembarque do Mindelo e no Cerco do Porto em 1832 e 1833 e fundou o Jornal "Regeneração" em 1851 a propósito do movimento político da regeneração. 

A vitória do Liberalismo permitiu-lhe instalar-se novamente em Portugal, após curta estadia em Bruxelas como cônsul-geral e encarregado de negócios. Em Portugal, exerceu cargos políticos e envolveu-se na criação do Conservatório de Arte Dramática, da Inspeção-geral dos Teatros, do Panteão Nacional e do Teatro Normal (Teatro Nacional D. Maria II). 

Garret foi um homem de muitos amores, uma espécie de homem fatal. Separado da esposa, passa a viver em mancebia com D. Adelaide Pastor até a morte desta, em 1841. A partir de 1846, envolve-se com a viscondessa da Luz, Rosa Montufar Infante, casada desde 1837 com um oficial do exército português. 

Por decreto do Rei D. Pedro V, em 1851 Garrett é feito Visconde de Almeida Garrett, falecendo em 1854, vítima de cancro, em Lisboa. 

Durante o século XIX e boa parte do século XX, a obra literária de Garrett foi considerada como uma das mais geniais da língua portuguesa. A sua obra conservará para sempre o um lugar na história da literatura portuguesa, merecendo o escritor ser considerado o autor mais representativo do romantismo em Portugal


Obras de Almeida Garrett,

1 - Poemas: 
  • Hino Patriótico (1820);
  • Ao corpo académico (1821); 
  • Retrato de Vénus (1821); 
  • Camões (1825); 
  • Dona Branca ou a Conquista do Algarve (1826); 
  • Adozinda (1828); 
  • Lyrica de João Mínimo (1829); 
  • Miragaia (1844); 
  • Flores sem Fruto (1845); 
  • Os Exilados (1845); 
  • Folhas Caídas (1853); 
  • Bastardo do Fidalgo (1877); 
  • Odes Anacreônticas: Ilha Graciosa (1903); 
  • A Anália (1932); 
  • Magriço ou Os Doze de Inglaterra (1948); 
  • Roubo das Sabinas (1968); 
  • Afonseida (1985);

2 - Peças teatrais
  • Catão - 1822; 
  • Mérope - 1841; 
  • Alfageme de Santarém ou A Espada do Condestável - 1842; 
  • Um Auto de Gil Vicente - 1842; 
  • Frei Luís de Sousa - 1843; 
  • Dona Filipa de Vilhena - 1846; 
  • Falar Verdade a Mentir - 1846; 
  • A Sobrinha do Marquês - 1848; 
  • Camões do Rossio - 1852; 
  • Um noivado no Dafundo ou cada terra com seu uso cada roca com seu fuso - 1857; 
  • Átala - 1914; 
  • Lucrécia - 1914; 
  • Afonso de Albuquerque - 1914; 
  • Sofonisba, tragédia - 1914: 
  • O Amor da Pátria - 1914; 
  • La Lezione Agli Amanti - 1914; 
  • Conde de Novion - 1914; 
  • Édipo em Colona - 1952; 
  • Ifigénia em Tauride - 1952; 
  • Falar Verdade a Mentir - 1858 
  • As Profecias do Bandarra - 1877; 
  • Os Namorados Extravagantes -1974; 
  • Impronto de Sintra; 

3 - Romances, cancioneiros e contos 
  • Bosquejo da História da Poesia e da Língua Portuguesa - 1826; 
  • Lealdade, ou a Vitória da Terceira - 1829; 
  • Romanceiro e Cancioneiro Geral - 1843; 
  • O Arco de Sant'Ana - 1845; 
  • Viagens na Minha Terra - 1846; 
  • O Arco de Sant'Ana - 1850; 
  • Romanceiro e Cancioneiro Geral, vols. II e III - 1851; 
  • Helena - 1871; 
  • Memórias de João Coradinho - 1881; 
  • Joaninha dos Olhos Verdes - 1941; 
  • Komurahi - 1956;
  • Cancioneiro de romances, xácaras e soláus e outros vestígios da antiga poesia nacional -1987;

Além destes trabalhos, Garrett escreveu artigos e ensaios, biografias, folhetos, cartas, diários e discursos, participando também em publicações periódicas. 

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