0 Fogo e Fúria | Opinião
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Michael Wolff,
Política Internacional
Entre as revelações chocantes contam-se as seguintes:
- Qual é a verdadeira opinião da equipa de Trump sobre o presidente.
- O que inspirou Trump a afirmar que o presidente Obama o tinha sob escuta.
- Que motivo levou ao despedimento de James Comey, diretor do FBI.
- Por que razão Steve Bannon, diretor de campanha, e o genro de Trump, Jared Kushner, não podiam estar na mesma sala.
- Com o despedimento de Bannon, quem está à frente da estratégia da administração Trump?
- Qual é o segredo de comunicação de Trump?
- O que tem a administração de Trump em comum com o filme Os Produtores?
«Quase toda a gente envolvida na campanha de Trump julgava ter bom senso e realismo. Eis o acordo silencioso que selaram entre si: Donald Trump não só não seria presidente, como provavelmente não era nada boa ideia que viesse a sê-lo. Para bem de todos, a primeira convicção significava que ninguém teria de lidar com a segunda hipótese. À medida que a campanha se ia aproximando do fim, Trump começou a revelar-se otimista. O seu amigo de longa data Roger Ailes gostava de afirmar que, quem quisesse fazer carreira na televisão, deveria antes candidatar-se à presidência. Agora, Trump, encorajado por Ailes, lançava rumores de um canal Trump. Era um futuro glorioso. Sairia daquela campanha, assegurou Trump a Ailes, com uma marca muito mais poderosa e oportunidades incalculáveis. "Isto é maior do que alguma vez sonhei", confidenciou a Ailes uma semana antes da eleição. "Não penso em perder, porque não é perder. Ganhámos imenso." Mais importante ainda, já havia esboçado a sua resposta pública para o caso de perder as eleições: Fui roubado! Donald Trump e os poucos paladinos da sua campanha estavam preparados para perder com fogo e fúria. Não estavam preparados para ganhar.»
Autor: Michael Wolff
Editor: Actual Editora (Fevereiro, 2018)
Género: Política Internacional
Páginas: 384
Original: Fire and Fury: Inside the Trump White House (2018)
opinião
★★★★☆
★★★★☆
«O presidente não sabia o suficiente,
não sabia o que não sabia, não se preocupava especialmente com isso e, para
cúmulo, estava confiante, ainda que não sereno, nas suas certezas
inquestionáveis.» (página 354)
Em Fogo e Fúria Michael Wolff resume de forma muito competente
os acontecimentos a que temos vindo a assistir - com considerável incredulidade
- nas notícias. Se
a biografia escrita por Kranish me deixou a questionar como é possível que este
indivíduo tenha chegado à presidência dos Estados Unidos da América, o livro de
Wolff deixou-me a perguntar como raio é possível que ele ainda se lá mantenha!
Sem capacidade para prestar atenção ou para adaptar o seu comportamento às exigências, Trump é uma «pessoa estranha, difícil, até mesmo ridícula e manifestamente mal preparada» (p. 36) e que, como se não bastasse, se rodeou de pessoas sem qualquer experiência política ou legislativa (...algumas delas com de carácter bastante duvidoso). Wolff evidencia como Trump é o rei do improviso, com as suas explosões de cólera como primeiro instinto (o que normalmente resulta no despedimento de alguém que nem deveria ter sido contratado para começar), sem aparente noção de causa/efeito ou capacidade de raciocínio analítico.
O Trumpismo, uma nauseante mixórdia ideológica que só piora quando lhe juntamos Bannon, com as suas simpatias confusas que evidenciam nacionalismo e racismo, é um triste retrocesso na civilização. Brutalmente honesto, Wolff descreve uma Casa Branca idiótica e confusa, sem uma mensagem coerente por parte da sua equipa, a precisar desesperadamente de «profissionais mentalmente lúcidos, lógicos, adultos, normais» (p. 219) e de um princípio operacional que não seja apenas fazer o oposto que Obama fez.
Fogo e Fúria narra os 9 primeiros meses da presidência de Donald Trump, a infeliz sucessividade de escândalos, com especial enfoque na polémica com a Rússia, na importante influência de Ivanka Trump e Jared Kushner e na capacidade de Bannon para ajudar a transformar esta presidência naquilo que parece um número de circo de péssimo gosto.
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