0 Doutor Jivago
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3.5 estrelas,
Boris Pasternak,
Romance
Edição comemorativa do cinquentenário da obra-prima de Boris Pasternak e da atribuição do Prémio Nobel da Literatura ao seu autor. Pela primeira vez traduzido directamente do russo por António Pescada.
Autor: Boris Pasternak
Editor: Sextante Editora (2010)
Género: Romance
Páginas: 562
Original: Доктор Живаго (1957)
opinião
3.5 ★
3.5 ★
As obras falam-nos de muitas maneiras: com os temas, com as situações, com os entrechos, com os heróis. Mas falam principalmente pela presença da arte nelas contida. - 283
Cheio de eventos históricos de relevo, Pasternak narra-nos a história de Iuri a par com a história da Rússia numa época em que as vagas da revolução começam a percorrer o país espalhando turbulência, violência, incerteza e discordância entre todos, inclusivamente entre as próprias organizações revolucionárias, culminando na guerra. Médico de profissão, a filosofia e a poesia estão entre as paixões de Jivago.
Apesar de ter gostado bastante do livro, do personagem Jivago e ainda mais de Lara, tive alguns problemas com esta leitura: alguma falta de plausibilidade (agravada pelo facto de episódios inteiros e importantes das vidas dos personagens serem abordados de relance em apenas algumas frases e pela existência de uma série de coincidências muito improváveis); a complexidade do enredo a par com o elevado número de personagens, muitos deles apresentados de uma assentada, dificultou consideravelmente a minha entrada na história e, por último, a relativa escassez de diálogo e a existência de algumas partes mais aborrecidas sem grande interesse para a história.
Foi a paixão da minha mãe por esta história que me levou a pegar no livro e, embora tenha gostado, não vamos partilhá-lo como um favorito em comum.
Foi a paixão da minha mãe por esta história que me levou a pegar no livro e, embora tenha gostado, não vamos partilhá-lo como um favorito em comum.
Frases Preferidas
* O gregarismo é sempre o refúgio
da mediocridade (…). Só os solitários procuram a verdade e rompem com todos
aqueles que a não amam o bastante - p. 15
* A consciência é um veneno,
um instrumento de auto-intoxicação do indivíduo que a aplica a si mesmo. A
consciência é uma luz dirigida para o exterior, a iluminar o caminho à nossa
frente, para que não tropecemos. A consciência são os faróis à frente da
locomotiva. Dirija-se a luz para o interior e é o desastre. - p. 72
* As obras falam-nos de
muitas maneiras: com os temas, com as situações, com os entrechos, com os
heróis. Mas falam principalmente pela presença da arte nelas contida. - 283
* a desgraça de um gosto
mediano é ainda pior do que a desgraça de não ter gosto nenhum. - p. 480
* O homem que não é livre
idealiza sempre o seu cativeiro. - p. 481
* É a doença dos novos
tempos. Penso que as suas causas são de ordem moral. Da grande maioria de nós
exigem uma constante hipocrisia, erigida em sistema. Não é possível, sem
consequências para a saúde, mostrar dia após dia o contrário daquilo que
sentimos, defender aquilo de que não gostamos, alegrar-nos com aquilo que nos
torna infelizes. O nosso sistema nervoso não é uma invenção. Ele é constituído
pelas fibras de um corpo físico. A nosa alma ocupa um lugar no espaço dentro de
nós. Como os dentes na boca. Não pode ser sempre violentada impunemente. - p.
482
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