0 Dizem que Sebastião
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João Rebocho Pais,
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Uma viagem pela cidade de Lisboa na companhia de grandes escritores… Sebastião Breda, vice-presidente de uma multinacional, workaholic e quarentão abastado, percebe um belo dia que a vida lhe tem passado ao lado e decide remediar a solidão convidando uma colega para um jantar romântico.
O problema é que a sua bagagem não vai além de estratégias de venda e planos de marketing – e o arraso que leva de Margarida à mesa do restaurante é humilhação bastante para que o seu coração acabe a pregar-lhe um valente susto. O médico recomenda-lhe então um ano de descanso, e Sebastião resolve aproveitá-lo a cultivar-se, fazendo, numa livraria da Baixa, um amigo que lhe dá bons conselhos e sentando-se junto às estátuas dos escritores espalhadas pelas praças e jardins de Lisboa, que, eloquentes à sua maneira, o iluminam sobre os mais diversos assuntos, entre eles, evidentemente, a questão feminina. Um ano depois, não se pode dizer que Sebastião seja o mesmo homem.
Depois do muito aplaudido O Intrínseco de Manolo, João Rebocho Pais regressa à ficção com um romance – divertido, terno e cheio de ironia – sobre a dicotomia entre números e letras e a pobreza intrínseca de algumas pessoas que só aparentemente são bem-sucedidas. Dizem Que Sebastião é uma homenagem aos livros e ao que podemos aprender com eles até sobre nós próprios.
Autor: João Rebocho Pais
Editor: Teorema (Junho, 2014)
Género: Romance
Páginas: 176
✏ João Rebocho Pais nasceu em Lisboa em 1962. Cresceu no bairro de Olivais Sul, terra fértil em personalidades de vulto, de filantropos a vigaristas, de homens de ciência e cultura a comerciantes de mercadorias ilícitas. Entrou para a aviação comercial em 1985, trabalhando há mais de vinte cinco anos como comissário de bordo, o que lhe tem permitido conhecer culturas muito disintas e inspiradoras. Tem dois filhos, Miguel e Francisco, sem os quais nada entende. Nunca imaginou escrever uma história para tanta gente. Até agora, os livros tinham sido apenas uma doce e viciante dependência. O Intrínseco de Manolo é a sua estreia
✏ O Intrínseco de Manolo, editado em 2012 pela Teorema é um trabalho notável na composição das figuras e uma recuperação inteligente da linguagem popular de um Alentejo quase mítico, João Rebocho Pais estreia-se na ficção com um romance terno, mágico e, ocasionalmente, escatológico sobre o poder da excepção sobre a regra.
Na aldeia alentejana de Cousa Vã - vizinha da espanhola Ciudad del Sol - o nome de Manolo anda nas bocas escancaradas dos que passam as tardes na tasca a aviar minis, quiçá para que ninguém repare no que realmente se passa em suas casas - e talvez seja melhor assim. É, porém, facto indesmentível que Maria tem o hábito de desaparecer às sextas-feiras - e isso basta para que a mediocridade omnipresente faça do marido um adornado e da chacota um estranho alívio para a dureza dos dias. Manolo refugia-se do falatório acusador à sombra de uma azinheira secular, único ser vivo com quem pode dividir agora as suas mágoas; e, embora certo da virtude da sua Maria, não ignora a missiva que o carteiro lhe deixou em casa nessa manhã e que trazia - pois é - remetente espanhol…
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