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1 A Estação dos Ossos + Opinião

A Estação dos Ossos

The Bone Seanon #1
  2059. Paige Mahoney tem dezanove anos e trabalha no submundo do crime da Londres de Scion, na zona dos Sete Quadrantes, para Jaxon Hall. O seu trabalho consiste em procurar informações invadindo a mente de outras pessoas. 
  Paige é uma caminhante de sonhos, uma clarividente - e, no seu mundo, no mundo de Scion, comete traição pelo simples facto de respirar. Está a chover no dia em que a sua vida muda para sempre. Atacada, drogada e raptada, Paige é levada para Oxford - uma cidade mantida em segredo há duzentos anos e controlada por uma raça poderosa, vinda de outro mundo, os Refaim. Paige é atribuída ao Guardião, um Refaíta com motivações misteriosas. Ele é o seu mestre. O seu professor. O seu inimigo natural. Mas, para Paige recuperar a sua liberdade, tem de se deixar reabilitar naquela prisão onde tem por destino morrer.

Editor: Casa das Letras (Novembro, 2013)
Género: Fantástico
Páginas: 496
Original: The Bone Season (2013)

Opinião:

My rating: 2 of 5 stars
Muito resumidamente: "muita parra e pouca uva"… não só pelo fraco conteúdo num considerável número de páginas mas também pela propagação da ideia de que Samanntha Shannon é a nova J. K. Rowling e de que esta série é comparável à de Harry Potter - afirmações que, deixem que lhes diga, a mim parecem-me um bocadinho insultuosas.

As minhas 5 estrelas vão, sem dúvida, para as acções de marketing que rodearam este livro, baseadas certamente no pressuposto de que os jovens leitores aprovam qualquer coisa que lhes tenha sido previamente indicada como fenomenal.

Há imenso potencial em A Estação dos Ossos, não nego, mas este primeiro livro não me deixou minimamente deslumbrada. O enredo é complexo e imaginativo mas está longe de ser original, se eliminarmos as variantes espíritos/auras/videntes tenho a certeza que encontramos umas quantas obras de fantasia bem semelhantes…

Não creio que o terá feito sem objectivo, mas Shannon criou uma atmosfera opressiva e pesada que tornaram a leitura muito negativa. O tempo dispensado à criação deste mundo e realidade alternativa é necessariamente exagerado mas isso acaba por atrasar imenso os desenvolvimentos e não me parece que a «informação» tenha sido passada da melhor forma: costumo associar sem qualquer problema equivalências visuais ao que estou a acompanhar em texto e há uma série de escritores que espicaçam de forma fenomenal os meus sentidos…mas deste livro apenas me ficaram fragmentos…fragmentos da aparência física das personagens, fragmentos do cenário distópico envolvente, fragmentos de emoções…

Incomodou-me a forma abrupta com que o passado se começava a revelar no presente - ok, há uma explicação para isso, mas acho que existem formas mais interessantes e suaves de o executar, tornando este passado uma mais-valia para o desenvolvimento da história. Assim como está, fiquei com a sensação da acção estar recorrentemente a ser "cortada". Além disso, enredo não é assim tão dissimulado que exija a repetição de informação nem o esclarecimento de coisas que se foram tornando bastante óbvias com o desenrolar da narrativa. Naquilo em que gostaria que a autora tivesse realmente perdido algum tempo, ganhando mais tarde em compreensão e afinidade por parte do leitor, era na explicação do funcionamento desta sociedade e dos diferentes (e tão variados) tipos de clarividentes.

Costumo gostar bastante de livros que "dão trabalho" e fiquei animada quando vi diagramas ao início e glossário no fim, contudo, e mesmo tendo em conta que este é apenas o primeiro livro da série, a maior parte das explicações pareceu-me insatisfatória e incompleta, tornando assim a leitura enfadonha.

Infelizmente, nem das personagens posso afirmar convictamente que gostei…incompletas, mal caracterizadas e mal descritas, muito imaturas e irritadiças, caprichosas, insociáveis e intratáveis. O Guardião será, ainda assim, o meu preferido… apesar da irritante e perturbadora moda de incluir um personagem do sexo masculino, mais maduro, que verga a protagonista às suas vontades sem tampouco se justificar perante a mesma.

Posto isto, para mim, A Estação dos Ossos é um livro modesto tanto em escrita como em enredo e respectivo progresso mas extremamente ambicioso, guardando nos seus conceitos base desenvolvimentos bastante promissores…ou, pelo menos, assim espero. Criei expectativas muito elevadas, com base naquilo que fui ouvindo/lendo aquando da divulgação do livro e penso que essas só terão servido para aumentar a minha desilusão… Não sendo mau, este livro parece-me longe de preencher os requisitos prometidos.

Um comentário:

  1. Estou no momento em plena leitura deste primeiro volume e confesso que concordo com tudo o que foi descrito mais acima...
    Boas leituras!
    Regina.

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