0 A Ilha do Tesouro | Opinião
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Robert Louis Stevenson
Autor: Robert Louis Stevenson
Género: Romance
Páginas: 242
“A História mais bem contada que conheço.” - Alvaro Mutis
“Sou da geração que ele fez sonhar e penso que Corto Maltese se dirige aos que leram Stevenson.” - Hugo Pratt
Robert Louis Stevenson nasceu em Edimburgo a 13 de Novembro de 1850. Cursou Direito—sem que alguma vez tenha chegado a advogar — e, pouco depois, apaixona-se por Fanny Osbourne com quem, apesar das diversas atribulações por que passaram, se viria casar. Anos mais tarde contrai tuberculose e muda-se com a mulher e o enteado para a Suíça, onde vive durante um ano. Regressa à Escócia mas o clima só prejudica ainda mais a sua saúde, obrigando-o a mudar-se novamente, desta vez para o Sul de França. Os anos seguintes foram passados à procura de um clima que não agravasse a sua doença, até que finalmente, em 1892, se fixou com a família em Samoa. Foi aí que morreu no dia 3 de dezembro de 1894, vítima de uma hemorragia cerebral. Foi autor, entre outros, de O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde, e de A Ilha do Tesouro, que o imortalizaram.
opinião
★★★★✰(4/5)
«Essa primeira visão da ilha do tesouro fez com que eu a detestasse imediatamente.» (p.90)
Aqui está a minha primeira aventura (literária) de piratas! E, já nos vinte e tantos, senti-me tão entusiasmada com ela como se fosse uma miúda pequena, o que mostra que, embora escrito para os mais novos, 'A Ilha do Tesouro' consegue cativar leitores de todas as idades.
Publicado entre 1881 e 1882 numa revista infantil, este clássico já viu várias adaptações em várias áreas artísticas, contribuindo com elementos que formam, ainda hoje, o «pirata-tipo» que habita no nosso imaginário.
Treasure Island - Imagem de AbeBooks |
A morte do auto-denominado «capitão» Billy Bones leva o jovem Jim, filho de simples estalajadeiros, a embarcar na aventura da sua vida. Como consequência da descoberta, entre os pertences de Bones, de um mapa que indica a localização do tesouro do lendário pirata Flint, é imediatamente preparada uma expedição até à exótica ilha assinalada. No entanto, deitar as mãos ao tesouro revela-se uma tarefa bem mais complicada quando descobrem que a maior parte da tripulação é composta por piratas dispostos a tudo para açambarcar o tesouro para eles e que a ilha esconde os seus próprios segredos.
«Quanto sangue e lágrimas derramados para que esse tesouro pudesse ser reunido?» (p. 229)
A narrativa fica maioritariamente a encargo do inteligente, corajoso e bem intencionado Jim, que avança pela história com agilidade e simplicidade. Sendo um livro de aventura, sentimentos e percepções são deixados de lado para dar maior dimensão à acção.
A distinção entre heróis e vilões é mais do que clara, excepto em relação a Long John Silver, um velho pirata que tem tanto de simpático como de aterrador. Silver é a personalidade mais complexa, consistente e ambígua do livro, utilizando a sua inteligência e capacidade de manipulação para atingir os seus objectivos. O seu carácter duvidoso permite-lhe mudar de lado, sem olhar para trás, para salvar a própria pele e não mantém escrúpulos que lhe dificultem as sucessivas traições. E, no entanto, não deixa de merecer a nossa simpatia...
«Nunca reparei que a bondade trouxesse qualquer resultado. O meu lema foi sempre o seguinte: ferir primeiro.Homem morto não morde.» (p. 172)
Este é um daqueles livros que não vale a pena perder tempo a dissecar mas sim apreciá-lo pelo que é: uma fantástica, colorida e exótica aventura!
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