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0 O Irmão Alemão


  Aos 22 anos Chico Buarque descobriu que tinha um irmão alemão. Sergio Buarque de Holanda, reputado historiador e crítico literário, pai de Chico, vivera na Alemanha entre 1929 e 1930, enquanto correspondente de um jornal.
  A efervescente Berlim dos anos 30 serviu de cenário a um romance com uma mulher alemã, de quem teve um filho que nunca chegou a conhecer. Chamava-se Sérgio Ernst.
   Quase cinco décadas depois da descoberta, Chico Buarque decidiu fazer da existência desse irmão – e do silêncio em torno dele –a matéria do seu próximo romance. Mas antes precisava de saber exactamente o que lhe acontecera. Dessa busca nasce este romance.
  Magistralmente conduzida por um narrador obsessivo, delirante, megalómano e profundamente solitário sem o querer ser, a narrativa enreda o leitor numa trama em que realidade e devaneio se confundem permanentemente. A páginas tantas, a busca de narrador e autor passa a pertencer igualmente ao leitor, também ele desesperadamente procurando esse irmão desconhecido.

Autor: Chico Buarque
Editor: Companhia das Letras (Fevereiro, 2015)
Páginas: 192


✏ Escritor, compositor e cantor popular brasileiro, Francisco Buarque de Holanda nasceu a 19 de Junho de 1944, no Rio de Janeiro. Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda, cedo se habituou a conviver com o mundo das artes e das letras. As reuniões da casa paterna eram frequentadas por intelectuais e artistas, entre os quais Vinicius de Moraes, que mais tarde viria a assinar uma meia dúzia de temas em parceria com o jovem Chico Buarque (incluindo Valsinha), e também pelos amigos da sua irmã Heloísa - Baden Powell, Óscar Castro Neves, Alaíde Costa. Da irmã receberia as primeiras lições de violão e de João Gilberto as primeiras influências musicais. Em meados dos anos sessenta, no início da bossa-nova e em pleno movimento de agitação social, Chico Buarque abandonou o curso de Arquitectura para se dedicar definitivamente ao violão e à escrita. Nos últimos anos, Chico Buarque consagrou-se por longos períodos à ficção, tendo-se retirado no seu apartamento parisiense para trabalhar nos romances Estorvo (1991) e Benjamim (1995). Numa das suas passagens por terras portuguesas (Maio de 1997), o autor deu conta da sua vontade de mostrar o "Brasil real", participando designadamente no lançamento do livro de Sebastião Salgado sobre o Movimento dos Sem-Terra.



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