0 O Autor - Júlio Dinis
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Júlio Dinis

De todos os seus trabalhos literários, são os romances, escritos sob pseudónimo de Júlio Dinis, que se destacam.
Órfão de mãe, Júlio Dinis teve uma educação esmerada - antes de frequentar as aulas dos cursos públicos do Liceu e da Academia, teve lições em casa de latim com o padre José Henrique de Oliveira Martins, de francês com o seu irmão mais velho José Joaquim que faleceu após a licenciatura em Engenharia, também vítima de tuberculose, e ainda de inglês com o professor José de Morais Júnior. Esta educação em língua inglesa, também por influência da mãe que tinha ascendência irlandesa, permitiu-lhe acesso direto à literatura inglesa sem ficar condicionado ao que chegava a Portugal já filtrado.
Aos 14 anos inscreve-se na Academia Politécnica do Porto onde segue cursos que lhe permitem a matrícula na Escola Médico-Cirúrgica do Porto onde concluiu o curso com distinção em 1861 com uma tese que satisfez as exigências do júri e que, mais tarde, viria o seu valor reconhecido pelo próprio Egas Moniz, prémio Nobel da Medicina.
Trabalhou como assistente na Escola Médica e chegou a ser docente na mesma. Simultaneamente outras atividades preenchiam os seus dias - aos 15 anos pertencia ao grupo de teatro amador para o qual escrevia peças. Também se entregou à poesia, sendo estas publicadas na revista A Grinalda.
A sua debilitada saúde levou-o a procurar ares mais saudáveis, partindo para Ovar onde passou uma temporada em casa de familiares, descobrindo os encantos da vida rural - componente integrante dos seus romances.
Quando regressa ao Porto, assina no Jornal do Porto as Cartas a Cecília sob o pseudónimo de Diana Aveleda, revestindo-se da mentalidade feminina da época. O romance
As Pupilas do Senhor Reitor foi publicado em folhetim no Jornal do Porto em 1866,
traduzindo-se num sucesso, sem que os próprios familiares tivessem conhecimento
sobre o mesmo. O pai surpreendeu o autor a rever as provas do romance,
preparando a sua publicação em volume. A obra foi adaptada ao teatro estreando
no Teatro da Trindade.

Numa nova tentativa para combater a doença,
Júlio Dinis parte para a Madeira iniciando, no Funchal, Os Fidalgos da Casa
Mourisca - o seu último romance.
Com 32 anos, morre Júlio Dinis. Neste mesmo
ano é publicado o romance Os Fidalgos da Casa Mourisca.
Júlio Dinis encontra-se entre o final do Romantismo
e o início do Realismo, deixando-nos enredos simples nos quais se dedica à
perseguição da verdade, ao tratamento dos problemas familiares e do quotidiano.
Obras:
"Com o amor dá-se o mesmo que com o vinho. Perdoem-me as leitoras o pouco delicado da confrontação; mas bem vêem que ambos embriagam." (~Júlio Dinis)
"O amor é um som que reclama um eco." (~Júlio Dinis)
"Quando se não chora, parece que as lágrimas nos caem todas cá dentro e queimam; e o padecimento é então de morte." (~Júlio Dinis)
Obras:
- Uma Família Inglesa (1868) ✔
- A Morgadinha dos Canaviais (1868) ✔
- As Pupilas do Senhor Reitor (1869) ✔
- Serões da Província (1870);
- Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871) ✔
- Poesias (1873);
- Inéditos e Dispersos (1910);
- Teatro Inédito (1946 - 1947);
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